fevereiro 11, 2012

A manifestação, as greves e a política

300 MIL JÁ ESTÃO NA RUA

Hoje, dia 11 de Fevereiro é dia de manifestação dos trabalhadores e desempregados na Praça do Comércio em Lisboa. A marcação foi feita pela CGTP e tudo fez para ter na capital uma grande manifestação. Só do região do Porto deslocaram-se 112 autocarros cheios de pessoas para contestar a política de austeridade do Governo. 

 "A CGTP admite a hipótese de realizar uma greve geral para contestar as medidas anti-crise do Governo." - J Económico

Dois dos direitos que assistem aos trabalhadores é poderem manifestar-se e fazer greves, desde que sejam marcadas as datas e locais. Nesta fase que todos reconhecem que estamos até a fazer exercícios para ultrapassar uma crise com todos os fatores internos e externos que sabemos, agrada-me sempre muito mais as manifestações do que as greves.
Eu sei que elas também são necessárias, mas fazê-las a prejudicar os trabalhadores em geral, nomeadamente a do setor dos transportes, nunca é bem recebida e divide a população. Protestos sim, desde que ordeiros e a mostrar a civilidade do povo português, mas com tantas greves não acho que seja a melhor maneira de colaborarmos na recuperação económica do país.

Por outro lado, a forma como a CGTP explorou o facto de a UGT ter assinado o acordo de concertação social, só veio a extremar posições, a dividir trabalhadores e nestes momentos precisamos estar unidos em volta dos mesmos objetivos. O acordo foi mau? Foi, mas é nas reuniões do debate que se deve estar e não virar as costas (é quase sempre assim) para depois "ter razões para uma luta sem tréguas".

O Governo tem estado mal em muitos setores. Destruiu milhares de pequenas e médias empresas só com o corte dos subsídios dos 13º e 14º mês aos funcionários públicos. O receio geral instalou-se, esse dinheiro já não "roda" como pagamento de muitas coisas que alimentavam essas empresas ainda a trabalhar e, agora, o que se verifica é que todos, cá como em Bruxelas, consideram que austeridade a mais só cria retração, cria desemprego e o país não ganha nada com isso.

Por outro lado, se é verdade que os elementos do Governo devem explicar sempre à população as medidas que tomam (ou vão tomar) não o têm feito da menor maneira. Pedagógica e politicamente errada. Usa-se frases e adjetivos que os portugueses não merecem nem perdoam. 
Os media, neste aspeto, têm desempenhado um papel fulcral, trazendo à praça pública situações que deixam qualquer desempregado ou simples trabalhador revoltado ou, como se diz, de boca aberta. São as exceções nos cortes dos subsídios, também as exceções dos ordenados de alguns gestores, os gastos incompreensíves, diz-se, do Banco de Portugal, o problema da secretas e a ligação com  maçonaria, as medidas que primeiro se tomam e só depois vêm as exceções (mostra que não conhecem o problema) e tantas outras como podíamos aqui enumerar. 

Depois... é a situação dos Bancos a assustar os depositantes e o Ministro da Finanças a pedir que as pessoas façam e depositem mais economias. Mas se cortam e aumento em tudo, ainda resta para depositar e a medo?

Bem, mas que a manif de hoje corra bem e que os políticos saibam tirar sempre destas manifestações as devidas consequências. É que, políticos altamente reconhecidos como Manuela Ferreira Leite, Mário Soares, e Sampaio, são muitos claros e diretos. Já o catastrofista do Medina Carreira, pode até ter alguma razão, mas não consegue criar esperança nos portugueses. 
Mas já como ontem dizia Jorge Sampaio: "eu sou um otimistas por natureza, acredito na capacidade deste povo e destes jovens e nunca podemos perder a esperança". Mas a dívida devia ser negociada para mais um ano e não se cortar, pelo menos, um dos subsídios.

O capitalismo desenfreado anda à procura de novas soluções, porque as que acabou por criar são tão instáveis pois tanto um banco ou empresa tem milhares de milhões, como de um dia para o outro aparece com déficites estrondosos. Veja-se inclusive a Caixa Geral de Depósitos.

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