Hoje, ao meio dia, quando marquei um número no meu telemóvel, troquei (sem querer) um dos número e atendeu-me uma senhora com simpatia. Pensei que estava a falar com a esposa de um amigo meu em Oleiros, mas cedo percebi que quando falei no nome dele, estava enganado sendo imediatamente chamado a atenção para esse erro. E então disse-me a simpática senhora quando eu perguntei se ao menos era de Oleiros: "Não, não, daqui é da Madeira, você deve ter trocado um número. Olhe, o meu número é 96x xxx xxx." Pedi desculpa mas acabei por desabafar "estava bem longe de pensar que iria falar com alguém da Madeira neste momento, mas fico muito feliz por saber, muito obrigado". A resposta veio direta "sei é mais um dos que não gosta do povo madeirense, que diz que vocês estão a suportar a nossa dívida".
Expliquei então que não era nada disso e que nunca tinha ouvido ninguém no Continente, quer pessoalmente, quer na televisão, imputar a culpa aos Madeirenses, mas sim ao Governo Regional. Consegui até dizer-lhe que vivi na Ilha, fiz exame no Liceu e que até tinha família madeirense para além de já lá ter estado várias vezes e adorar a Madeira num todo, mas as pessoas são até muito simpáticas. Aí a simpática senhora afirmou "ainda bem, folgo muito em saber, porque olhe que o que ouço todos os dias não é nada disso". E pensando eu que falava com alguém que esta pessoa seria das que, eventualmente seria induzida na Madeira a pensar desta forma, ela respondeu: "Caro senhor, posso-lhe dizer que o que digo é mesmo verdade. Frequento mestrado em Coimbra e muitos dos meus colegas e professores falam assim como lhe digo". Fiquei então sem argumentos, simplesmente reforçando que, então ou sou um dos que pensam que o povo da Madeira não tem culpa nenhuma sobre a dívida. A despedida ao telemóvel foi simpática das duas partes, mas tenho que reconhecer que algumas pessoas pensam mesmo como esta madeirense dizia. Mal, mas pensam.
Desliguei e lembrei-me que numa deslocação ao Funchal, acabava de ser inaugurado o primeiro teleférico e quando estávamos para entrar no mesmo que levava até à Senhora do Monte, pediram-me mais dinheiro pelos bilhetes do que o nosso casal amigo, morador no Funchal. A discussão foi ao rubro entre a nossa amiga e a cobradora (que não tinha culpa nenhuma) mas foi exatamente uma madeirense que se impôs afirmando que nós eramos portugueses e estávamos no nosso país. Da discussão, (à qual fui alheio), acabou por alguem com poder superior por nos vender os bilhetes ao mesmo preço que os residentes.
Mas isto interessa para alguma coisa? Sim, para que algumas pessoas não "falem distraidamente" dos Madeirenses ou Açoreanos, como que pertençamos ao mesmo país. Além disso," a Madeira é um jardim"
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