fevereiro 16, 2012

CGTP quer greve geral a 22 de Março

CGTP vai marcar greve geral para o dia 22 de Março. Trata-se de um dia ao meio da semana (quinta-feira), já longe dos tempos em que se marcavam greves para as sextas para ser mais aliciante o fim de semana alargado, mas isso era no tempo em que muitos funcionários públicos, como os professores, podiam usar alguns dias para descontar nas férias. 

Depois do êxito que foi a manifestação do Terreiro do Paço (houve quem lhe chamasse nessa altura o Terreiro do Povo), a CGTP jamais poderá chamar-lhe greve geral já que, a outra central sindical, a UGT, não foi contatada para se juntar a esta proposta de greve. Afirma-se que contatos houve mas ao nível de vários sindicatos da UGT. Isso por ser entendido que, "os traidores dos trabalhadores", como alguns manifestantes afirmaram, estão a ser encostados à parede. A estratégia agora é a CGTP maximizar os dividendos perante a assinatura do acordo social que a UGT subscreveu. 
 Os tempos estão a dificultar sucessivamente a vida dos portugueses e o descontentamento é geral. Já ninguém de nós (quem sabe se até o Governo?) sabe quantas e quais todas as medidas que foram tomadas de forma avulsa. O exemplo claro foi no dar, ou não, a tolerância de ponto aos funcionários. Parece que alguém se esqueceu das férias dos alunos e, só esse dado, deu para baralhar tudo.

Mas a CGTP pode também esquecer a tendência que teve após o 25 de Abril de 1974, a "unicidade sindical". É que agora como na altura, os processos podem ser duros mesmo entre os trabalhadores e, por isso, a greve existirá, terá a dimensão que tiver, mas geral nunca será. Se forem atingidos fortes níveis de adesão, os proponentes da greve poderão levantar mais um grande bandeira na luta contra esta política desastrosa, sem nexo, penalizadora e que leva à criação somente dos extremos na sociedade portuguesa: os ricos e os pobres. 

Porque a morte assumida da classe média com tanta austeridade, acaba imediatamente com muitos milhares de pequenas e médias empresas. Estão aí os dados, já atingimos os 14% de desempregados e no último trimestre  foram despedidos tantos milhares que, socialmente, a situação pode tornar-se explosiva. E as preocupações não são só minhas, antes fosse, mas muitos e bons analistas e políticos já chamam a atenção para isso, até o Presidente da República. Os sinais estão a ser dados e um dia a taça transborda.

Até agora o civismo dos portugueses tem sido reconhecido como uma nossa característica e sabemos que sim. Mas alguém pensa que os Gregos são diferentes de nós? Seremos assim mesmo diferentes? 

A AUSTERIDADE DEMASIADA FOI UM ERRO, PAROU A ECONOMIA. NÃO VAMOS LÁ SÓ COM EXPORTAÇÕES E NÃO TEMOS ASSIM TANTOS ANÉIS PARA VENDERMOS. 

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