dezembro 05, 2012

STEIFF fecha mesmo a atividade em Oleiros

Atualização em 9 de dezembro
Funcionárias já receberam carta da entidade patronal

Tendo recebido o seguinte comentário: " terão as trabalhadoras decidido FECHAR? Porque não lhes perguntam o que se passou? que proposta seria? era viável? seria capaz de ultrapassar a barreira dos 2 anos? como ficaria a situação delas se fechasse antes dos 2 anos? onde estava o subsidio de desemprego?"

Devo dar algumas informações complementares para que os nossos leitores fiquem sempre cada vez mais informados. É verdade que o autor(a) do comentário podia logo ter respondido às perguntas que faz porque sabe perfeitamente o que se passou e está a passar. Mas eu explico.
Quando a "bomba rebentou" ao saber-se claramente que o trabalho que era dado à fábrica de Oleiros iria passar para outro país com mão de obra mais barata, não se pode dizer que foi novidade. Tudo já indicava que algo iria acontecer. Mas falemos da questão a partir desse momento.
A reação das trabalhadoras foi a que deveria ter sido feita e a partir daí nem o Presidente da Câmara com os seus contatos, influências e pedidos quer ao Ministro da Economia, quer feitos publicamente, deram resultado.

Resumindo a informação, diremos que entretanto foi apresentada uma proposta às trabalhadoras, pelo responsável da fábrica, que a deslocalização ia ser feita mas seria ali aberta uma outra empresa do género. No entanto, garantia somente dois anos de funcionamento e empregaria somente 50 funcionárias. É verdade que, segundo as nossas informações fidedignas, ainda se inscreveram 14 ou 15 empregadas, mas todas com menos tempo de trabalho na fábrica. As outras começaram a pensar nas consequências e deduziram que iam perder direitos se aceitassem a passagem para a outra empresa já que a garantia de trabalho era somente de dois anos e depois nas indemenizações legais ficavam a perder. Isto porque, muitas destas pessoas já tem 50 ou mais anos de idade e muitas com 20 anos de serviço.

Concretização

Na semana passada, todas as trabalhadoras já receberam uma carta da administração onde lhes é explicado (na reunião também já o tinha sido feito) que realmente ia dar-se a deslocalização para a Síria e que, dentro de 15 dias, voltariam a receber nova carta a marcar a data para tratar da questão das indeminizações.
Razões apontadas para a deslocalização: mão de obra mais barata no outro país e diminuição na aquisição dos peluches por parte dos coleccionadores habituais.

Penso ter dado ênfase às questões (que muito agradeço) do comentarista.
Estou sempre aberto a outro qualquer comentário ou informação.

A terminar, também me chegou a informação de que alguém anda a difundir a ideia de que as pessoas "não querem é trabalhar", mas quanto a esta questão não me pronuncio porque prefiro ignorar.


 Jamais deixarei de estar ao lado das trabalhadoras e das razões que apresentam para as suas decisões.

notícia em 5/12/2012 (e que mereceu comentários)
De acordo com a informação que nos chegou, a fábrica alemã de brinquedos irá mesmo fechar. Este desfecho era o que já se previa porque, para a celebração de um novo contrato nos moldes nas condições que foi apresentado, não satisfazia as trabalhadoras. Havia algum receio de que perderiam direitos e a situação acabou por ser finalmente decidida numa reunião geral com as trabalhadoras. Oleiros fica sem esta unidade industrial a funcionar e há já várias pessoas que lamentam esta "baixa" na realidade económica do concelho. 
Para algumas das funcionárias esta situação veio empurrá-las mais rapidamente para a reforma, mas a maior parte delas não tem idade para ter essa saída no futuro.
Lamenta-se este desfecho mas era já esperado.

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