Em defesa do acesso equitativo dos doentes oncológicos a terapêuticas
inovadoras, o executivo camarário de Proença-a-Nova aprovou uma moção
que reivindica a anulação do despacho que limita o pedido de Autorização
Excecional de medicamentos aos institutos de oncologia de Lisboa,
Coimbra e Porto. O Município está a proceder, em articulação com as
autoridades de saúde, a um levantamento do número de doentes oncológicos
do concelho, para avaliar a melhor forma de disponibilizar transporte
para aquelas unidades especializadas.
A moção agora aprovada por unanimidade, e que será submetida à
Assembleia Municipal, resulta de uma iniciativa da Câmara Municipal de
Elvas, que desafiou as autarquias a associarem-se numa posição conjunta.
Apoiada num documento do Colégio de Oncologia da Ordem dos Médicos, a
moção considera que o despacho do governo “é discriminatório para com os
doentes afastados dos grandes centros médicos” e “gerador de profundas
desigualdades regionais, afastando os doentes do interior do país da
acessibilidade a potenciais terapêuticas”.
Lembrando que as autorizações excecionais de terapêuticas inovadoras
são autorizadas pelo Infarmed e baseadas na fundamentação técnica e
científica, o documento do Colégio de Oncologia (igualmente subscrito
por médicos da especialidade) sublinha que esses princípios garantem o
rigor na aprovação de tratamentos diferenciados e defende que existem
“muitos centros de excelência no tratamento de doenças oftalmológicas e
oncológicas fora dos três grandes centros do país”.
A moção foi divulgada junto de todas as câmaras, assembleias municipais
e freguesias do país, tendo igualmente sido dado conhecimento, pela
Câmara de Elvas, aos diversos órgãos de soberania, ao bastonário da
Ordem dos Médicos e associações de defesa dos doentes oncológicos.
Sem comentários:
Enviar um comentário