fevereiro 24, 2014

Ciclo de tertúlias em Proença recorda abril


A iniciar um ciclo de tertúlias comemorativas dos 40 anos do 25 de abril, cerca de três dezenas de pessoas discutiram, na quinta-feira passada, o contributo dos movimentos estudantis para a viragem democrática. António Manuel Silva, professor de História que viveu os anos de 1972 e seguintes na Universidade de Lisboa, moderou um serão feito de memórias, acompanhadas do enquadramento histórico sobre a evolução política e económica do país entre 1933 e 1975.
Coube ao vereador da cultura, João Manso, fazer a apresentação da iniciativa, que além de celebrar a revolução recupera um antigo hábito de organização regular de tertúlias no âmbito da comunidade escolar local. Procurou-se recriar, no bar do Hotel das Amoras, um ambiente de proximidade que permitisse a participação dos presentes. O objetivo foi conseguido, com um leque alargado de intervenções e questões.
António Manuel Silva recordou que a chegada a Lisboa, a 10 de outubro de 1972, coincidiu com um período de turbulência no meio académico. Apenas dois dias depois, a 12 de outubro, um colega foi morto pela PIDE numa reunião de estudantes e “a academia entrou em polvorosa”. Educado “na escola maoista”, participou depois na distribuição de propaganda – panfletos fotocopiados e distribuídos entre colegas, em greves e manifestações.
Como grande parte da população que estava em Lisboa, também o então estudante universitário foi para as ruas a 25 de abril e durante três dias não pôs os pés em casa. “Vi o 25, o 26 e o 27 de abril”, brincou. As disparidades entre o litoral e o interior do país, as diferentes forças ideológicas em disputa e o contexto cultural que justificava a falta de consciência política de grande parte da população foram alguns dos tópicos focados durante o serão. O próximo tema, a 20 de março, irá centrar-se nos dias da revolução e a forma como foram vividos em Proença-a-Nova.

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