setembro 17, 2011

A Madeira é um "Jardim" complicado


A cratera veio ao de cima. As nuvens dissiparam-se e o buracão apontou para uma dimensão de 1,68 milhões de euros. Terra de origem vulcânica, com autonomia, dirigida pelo Alberto João Jardim que, de acordo com as entidades responsáveis e toda a comunicação social portuguesa e estrangeira, dão conta desta surpresa aflitiva para o Governo Português, (logo para todos nós contribuintes que teremos de o tapar). Ainda ontem numa entrevista na televisão o arquitecto Souto Moura, recentemente medalhado (mais uma vez) afirmava-se muito incomodado, enquanto português, com esta situação e isto só para dar exemplo de uma pessoa reconhecida como arquitecto mundialmente, como se sabe.
E a Europa não nos perdoa. O FMI muito menos.  A meta traçada para finais de 2011, relativamente ao deficit estoirou por completo. Porque se achou sempre diferente, intocável, era a imprensa do continente (“cubanos”) é que inventavam sempre tudo. Que Jardim fez obra, fez. Que agora já afirma nas eleições que a partir de agora não se podem executar grandes obras, também é verdade, mas é que a pior das verdades é que
este apertar de cinto vem somar-se às nossas preocupações que até o sr. Presidente da República já chamou algumas vezes a atenção para o perigo de cortes insustentáveis nas já magras condições económicas dos portugueses e , a consequência que isso está a ter e vai continuar a agudizar-se com os sucessivos pacotes de medidas e outras avulsas que aí vêm. Agora, estamos de mãos dadas com a Grécia. Já estávamos solidários, mas neste momento, com esta autêntica vergonha, descemos os créditos, ficamos todos envergonhados, passámos a ser mentirosos. Portugal passou a sê-lo.

Ainda virão alguns políticos partidários tentar, como o próprio João Alberto Jardim, justificar o talvez o injustificável. Politicamente é inconveniente para o PSD. O CDS já se demarcou há alguns dias atrás numa atitude política que não deixa dúvidas a ninguém mas incomoda a coligação. O PS da Madeira tinha razão nas preocupações que apresentava e agora vê a infeliz realidade. Toda a esquerda se revolta contra esta e outras atitudes, mas até agora Jardim falava e o povo madeirense acreditava no seu líder. "Isso é lá com o sr. Doutor e o Primeiro Ministro, por mim não estou preocupado", dizia um Madeirense na televisão.

Mas é pertinente fazer-se a pergunta: Como foi isto possível quando tínhamos entidades que podiam ter feito o que a troika agora veio exigir, auditoria às contas? Como puderam os Governantes deste despedaçado país deixar as coisas chegarem a este ponto? É só Jardim o culpado? Este até diz que não há buraco nenhum (ou,  pelo menos, justifica-o). E Passos Coelho, Primeiro Ministro de Portugal, como vai atuar? Não o pode demitir, claro que não. Mas manterá alguma solidariedade política porque isso lhe convém? Incomodado já disse que estava. Mas fala-se agora (ver TVI24 online) que “Jardim pode vir a pagar multa por omitir buraco financeiro”, valor que pode chegar aos 25 mil euros caso se proceda a responsabilização pela omissão de 1,68 milhões de euros das contas públicas”.

O respeito pelas normas e protocolos nacionais têm de ser respeitadas salvaguardando o que diz respeito à autonomia expressamente. Mas nestas área, Jardim complicou tudo e o mundo (não só a Europa) ficou surpreendido com este possível arrombo nos objectivos a cumprir. Na Polónia foi visível e notória a atrapalhação do nosso Ministro das Finanças. Logo numa reunião onde se tinha dito que Portugal e a Irlanda estavam a cumprir o protocolo. Minutos depois tudo mudou.

Entretanto e ainda Paulo Portas afirmou neste Sábado que a "austeridade deve ser igual para todos" . O líder do CDS/PP disse em Anadia"
que a política de austeridade que está a ser aplicada em Portugal deve abranger as regiões autónomas, referindo-se ao caso da Região Autónoma da Madeira relativamente à omissão da dívida.
"Portugal é uma só nação. Não pode haver uma política geral para o país, que é de austeridade, e depois uma região autónoma que acha que pode ter uma política completamente diferente», afirmou Portas.

O líder do CDS-PP, que falava durante um debate com militantes em Anadia, no âmbito da rentrée política do partido, disse ainda que Portugal e a Madeira não precisam deste tipo de publicidade e defendeu a mudança de governo na região autónoma.
«Se foi preciso mudar a Governo da República por causa da dívida, também se deve mudar o governo da região por causa da dívida"... ler mais em

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