setembro 22, 2011

Em Proença - Abutres que são metáfora de violência

Exposição de desenho de Marisa Mancilla patente 
na galeria municipal até final de Outubro

Não são imagens suaves ou que procurem ser apreciadas sem desassossego. São imagens que inquietam e que lançam sobre quem as vê dúvidas e emoções. “Vulture in my heart”, exposição patente até final de Outubro na galeria municipal, reúne 22 desenhos em que são explorados universos interiores extremos, usando a imagem do abutre como metáfora para reflectir sobre a violência e o escárnio público contra a mulher.
Para Marisa Mancilla, que vive e trabalha entre Granada e Lisboa, o processo criativo anda de mão dada com a reflexão e a dificuldade em entender, nos seus contornos mais íntimos, o que se passa dentro do ser humano. “Não saberemos nunca o que se passa dentro do outro, a não ser a partir da parcialidade das nossas interpretações”, sublinha a artista plástica.

Feitos com grafite em pó, os desenhos expostos têm quase todos dimensões consideráveis – os maiores de 1,80 por 3 metros – e são parte de um projecto iniciado em 2008 e que contempla várias técnicas e formas de expressão. Além dos desenhos expostos na galeria, “Vulture in my heart” originou as séries “Ecce homos”, “Doidas” e “Emplumados”, sendo esta última centrada no castigo medieval que era infligido às mulheres adúlteras.
Vídeo, fotografia e instalação são alguns dos meios a que Marisa Mancilla recorre nestes vários projectos, sempre com o objectivo de despertar no espectador o reconhecimento da violência. A par da criação artística no seu atelier, em Granada, Marisa Mancilla dá aula nas faculdades de Belas Artes desta cidade no sul de Espanha e de Lisboa. Na inauguração da exposição, agradeceu ao Município a oportunidade de mostrar o seu trabalho, mais divulgado no país vizinho.
- site do Município

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