junho 05, 2013

Proença - Despovoamento em debate no Dia dos Geoparques

O despovoamento do interior e a necessidade de criar emprego para fixar jovens estiveram em destaque na sessão comemorativa do Dia da Rede Europeia de Geoparques, que hoje decorreu no Centro Ciência Viva da Floresta. Os deputados da comissão parlamentar de Educação, Ciência e Cultura estiveram em visita ao território que integra o Geopark Naturtejo, tendo refletido sobre os recursos naturais da região e estratégias para os valorizar.


Depois de o presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Paulo Catarino, ter pedido a “sensibilidade” dos deputados para dois terços do país a braços com o acentuado despovoamento e envelhecimento da população, o presidente da comissão de Educação, José Ribeiro e Castro, admitiu que falta em Portugal uma política do território. “Sem essa política, vamos sempre atrás do problema e não à frente de uma estratégia.”


Considerando que Portugal “trata mal os recursos que tem”, o deputado apontou as pessoas e o território como os maiores recursos de que o país dispõe, acentuando ser necessário olhar para o interior como “a nossa nova praia”. Um olhar orientado para o investimento e que, reconheceu, “é indispensável levar à mesa do orçamento e dos centros de decisão do país”.

Carlos Maia, presidente do Instituto Politécnico de Castelo Branco, referiu a importância desta instituição para o distrito, referindo que a comunidade académica representa 18% da população da cidade de Castelo branco. Cerca de 40 a 45% dos alunos são naturais do distrito, o que ilustra a relação de grande proximidade entre o Politécnico e a comunidade. Também no ensino superior a assimetria entre interior e litoral do país esteve no centro do debate: 91% das vagas estão concentradas no litoral, com apenas 9% no eixo entre Bragança e Beja.


O programa terminou com a entrega de prémios do concurso “A água que nos une” às escolas vencedoras desta iniciativa, que tem ligado em parceria geoparques de todo o país e este ano também de São Tomé e Príncipe. Elisabete Silva, representante da Unesco, considerou que o concurso e o envolvimento das escolas tem sido uma mais-valia e irá manter-se como aposta de educação nestes territórios.

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