novembro 29, 2011

Em Proença - NERCAB falou de oportunidades

Seminário promovido pelo NERCAB apresentou exemplos

de áreas inovadoras de negócio e incentivos ao investimento

A floresta oferece oportunidades de negócio, mas só haverá investimento quando os produtores sentirem que têm possibilidade de retorno financeiro regular e mais rápido do que com os ciclos de corte da madeira. O alerta foi várias vezes lançado no seminário “Uma floresta de oportunidades”, promovido quarta-feira pelo NERCAB no Centro Ciência Viva da Floresta, em Proença-a-Nova. Além de uma sessão centrada nos incentivos e financiamentos ao investimento, foram apresentados exemplos de empresas ou associações que exploram diferentes recursos oferecidos pela floresta.

Se áreas como a produção de pasta de papel são já publicamente conhecidas,
outros dos exemplos apontados surpreenderam os participantes. Foi o caso da “Organic Nature”, apresentada por Ricardo Lopes, que promove a colheita de produtos como os cogumelos, frutos silvestres e plantas aromáticas e medicinais. “Começamos a ter recursos para explorar quase o ano inteiro”, afirmou Ricardo Lopes, sublinhando que apesar de terem um peso económico relativo são produtos que “podem alterar as contas da rentabilidade da floresta”.
O turismo de natureza, que representa 10 a 12% da globalidade do turismo a nível nacional, e a apicultura são outros exemplos de sectores associados à floresta que podem ganhar dimensão. Nelson Antunes, da Meltagus (Associação de Apicultores do Parque Natural do Tejo Internacional), sublinhou haver produtos muito mais atractivos do que o mel, como o pólen, a geleia real ou o resíduo seco. “A coisa que menos dinheiro dá numa colmeia é o mel.” 

No encerramento do seminário, o presidente da Câmara de Proença-a-Nova destacou que os problemas da floresta começaram quando deixou de haver rentabilidade e defendeu ser necessário valorizar componentes que hoje não são tidas em conta, como o sequestro de carbono ou a preservação da biodiversidade. “Não se trata de colocar uma cancela à entrada de cada propriedade”, explicou João Paulo Catarino, mas de conseguir que “a sociedade tome consciência de que tem de pagar os benefícios que extrai da floresta” e que o poder político tenha coragem de decidir nesse sentido.
Pela proximidade que tem das populações, particularmente em zonas desertificadas, “é o poder local que tem de sustentar muito do esforço de dinamização dos produtores”, considerou Fernando Delgado, da Direcção Regional da Agricultura da Beira Interior. Até porque o associativismo no sector encontra muitos obstáculos, alertou José Bernardino, da Unidade de Gestão Florestal do Pinhal Interior Sul: “É necessário dar dimensão à gestão e aumentar as produtividades”.

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