maio 29, 2012

Em Oleiros pode ver o documentário "Ouro negro: a outra face"

Integrado no âmbito do Festival da Paisagem Oleiros 2012, que decorre em Oleiros de 26 de maio a 17 de junho, vai ser lançado no dia 2 de junho, pelas 19 horas, no auditório da Casa da Cultura de Oleiros, o documentário “Ouro negro: a outra face”. Produzido pela Layer, Design e Print Studio e com o guião da responsabilidade do Geopark Naturtejo, o documentário conta com o apoio do município de Oleiros, tendo sido integralmente filmado no concelho e exibindo a participação de vários intervenientes locais. Aberto a toda a população, o evento decorre após a inauguração da exposição “Património Geomineiro de Oleiros”, a qual terá lugar no mesmo dia, pelas 18 horas, no Posto de Turismo Municipal e vem realçar a exploração de Volfrâmio no concelho, mais precisamente, nas Minas das Fragas do Cavalo. 

As vulgarmente designadas “Minas do Cavalo”, foram registadas a 28 de Abril de 1910, funcionando no seu apogeu até 1920, cruzando-se a sua história com a das grandes Minas da Panasqueira. Nessa época, a lavra foi suspensa por falta de trabalhadores, baixa cotação do Volfrâmio e consequente baixa procura. “Durante a Segunda Guerra Mundial, Portugal foi o principal produtor de Volfrâmio, tendo-se mantido neutro ao abastecer tanto os alemães como ingleses. De 1939 até 1944, foram produzidas em Portugal 31 mil toneladas, o que corresponde a 65% da produção europeia. Os principais períodos de exploração foram, sem dúvida, as Grandes Guerras mundiais e a Guerra da Coreia. Nos períodos de maior procura, aumentavam as atividades clandestinas, como explorações ilegais, contrabando, espionagem, mistura de outros minerais de cor negra, roubos e várias outras atividades paralelas que marcaram a “Febre do Ouro Negro”, a qual varreu toda a região da Beira Interior. É desta forma que em 1939 são retomados os trabalhos nas “Minas do Cavalo”. Por pressão das forças aliadas, Salazar é obrigado a decretar o encerramento temporário das minas de Volfrâmio em Portugal, o que paralisou as minas das Fragas a 25 de Julho de 1944. Os trabalhos pararam de vez em 1957, porque as seguradoras se recusaram a fazer o seguro ao pessoal em virtude do flagelo da silicose, doença que vitimou um número indeterminado de mineiros desta época, em todo o país. As concessões das Fragas são definitivamente extintas a 1 de Julho de 1992”.

Recorde-se que o Volfrâmio, popularmente conhecido por “ouro negro”, é um elemento bastante escasso na crosta terrestre e ocorre geralmente sob duas formas minerais: a volframite e a scheelite. “A volframite consiste num mineral de cor negra acinzentada e brilho metálico, com elevada dureza e densidade, que apresenta boa condutibilidade elétrica, possuindo o mais elevado ponto de fusão entre os metais (3410º) e com boas qualidades mecânicas e térmicas. A sua utilização é vasta, sob a forma de ligas especiais, destacando-se o fabrico de ferramentas de perfuração, armamento (devido à sua dureza e resistência ao calor), filamentos de lâmpadas incandescentes (devido à sua boa condutibilidade elétrica) e ainda, aplicações na indústria química”.

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