abril 11, 2014

Entrevista com o acordeonista GONÇALO BARATA


 

O meu entrevistado de hoje é um jovem dinâmico, voluntarioso, acordeonista e que, embora seja da Lapa (Lisboa), os seus pais têm origem no concelho de Oleiros – a mãe é da Roda de Baixo e o pai das Sarnadas de Álvaro -  tem sido requisitado imensas vezes para animar muitos dos momentos de celebração, bailes, festas e romarias. Recentemente apresentou o seu segundo álbum, “O teu beijinho” na Casa da Comarca da Sertã (CCS) tendo sido um momento de grande nível e animação.

No “baile da Primavera”, realizado pela direção da CCS, o Gonçalo Barata esteve mais uma vez presente a animar o baile mas, embora toque no Rancho Folclórico “as lavadeiras da Ribeira da Lage” fez aqui a sua estreia como dançante deste Rancho. Foi bom vê-lo ligeiro, dedicado e a mostrar que também ele era um recurso para dançar as várias modas que apresentam.
No fim de semana passado (domingo 6 de abril) atuou brilhantemente com as suas bailarinas no palco instalado na Alameda da Sertã, no programa “Somos Portugal” da TVI tendo atuado depois de Ana Malhoa abrir musicalmente, seguida dos Astros, Alberto Reis, Nel Monteiro Tatiana e então o Gonçalo. É claro que se seguiram muitos outros artistas numa tarde magnífica que colocou a Sertã nos desejos dos portugueses.

Mas passemos ao resultado da nossa conversa:

Qual é a tua vida profissional?

- Estudante universitário – Curso de Ciências Musicais
- Acordeonista no Rancho Folclórico “As lavadeiras da Ribeira da Lage”
e Acordeonista na Real Tuna Académica Neolisipo

Uma vida ligada à música. Com quem aprendeste?

Acordeão, concertina e harmónio foi com Amarílis Matono e a Formação musical e canto foi na Escola de Música Improviso, com os professores Ricardo Quintas e Alexandre Diniz;

E há quanto tempo já tocas acordeão?

Dez anos

Já te vi atuar na Casa da Comarca da Sertã e em Oleiros aquando do aniversário da mesma. Foi lá que combinámos esta conversa… Dá alguns exemplos de outros locais onde já atuaste

Como sabe, com alguma regularidade faço bailes e outros eventos musicais na Casa da Comarca da Sertã, como por exemplo: Baile de Reis, Carnaval, Primavera, Santos Populares ou Encontro de tunas. Desenvolvo uma ligação musical, com outras casas regionais: Arganil, Tomar, Ferreira do Zêzere, Covilhã, entre outras.

E locais?

Em relação aos locais onde tenho atuado, posso dar-lhe alguns exemplos: Em Amares, Montalegre, Sever do Vouga, Bragança, Porto, Leiria, Caldas da Rainha, Sousel, Penamacor, Proença-a-Nova, Setúbal, Lisboa, Santa Margarida, Abrantes, Mouriscas, Oleiros, Vale Souto, Cambas, Sarnadas, e Sobral.
Ah e quero-lhe dizer, com toda a honestidade, que visitar estes locais tem sido para mim uma experiência muito boa a nível musical. É até, nestas deslocações, que tenho uma oportunidade de conhecer o nosso país e é muito ser recebido sempre com grande simpatia e humildade. Que bom!

Já estiveste nalguma festa da nossa região?

Sim, sim, no “Harmovaso”, Festa de verão Sarnadas, Sobral, Vila de Rei, Aniversário da Casa da Comarca da Sertã realizado em Oleiros, encontros de acordeão, concertina e harmónio de Proença-a-Nova, Penamacor, Pampilhosa da Serra, Montes da Senhora...

Lançaste o teu segundo CD. Fala-me dele. Foi edição pessoal ou através de editora?

Este 2º CD -“O teu beijinho”, representa um intenso trabalho, 
que durou cerca de 6 meses e conseguir. Nestes meses, escolhi músicas, participações especiais, arranjos musicais e editora. Foram feitos vários ensaios, secções fotográficas, entre muitos outros passos importantes que é sempre necessário neste tipo de edição de trabalhos.
Em relação aos géneros tratados, optei por aproximar, o mais possível, aos géneros musicais que normalmente utilizo nas actuações. Fados, kizombas, kuduros, marchas, corridinhos, viras, sambas, estão presentes no CD. É claro, que ainda falta, os tangos, as valsas, as baladas, as coladeiras, mas, esses ficam para o próximo trabalho.
Deste CD, fazem parte 14 músicas, das quais 5 são composições minhas, que passo a citar, “O Teu Beijinho, A Menina do Baile, a Marcha da Casa da Comarca da Sertã, a Marcha do Sobral (dedicada às gentes do Sobral) e o Corridinho das Sarnadas (dedicado às gentes das Sarnadas)”.
À semelhança do CD – “Ouvir Portugal”, o primeiro trabalho discográfico, convidei vários amigos; a Real Tuna Académica Neolisipo, trazendo consigo o espírito de estudante, a Sofia Rodrigues, uma cantora excepcional, o João Canto e Castro, um grande amigo, conhecido imitador de vozes, que brilhantemente utilizou o seu violino, num tema de Cabo-Verde, e para um pequeno apontamento musical, mas muito significativo, na guitarra portuguesa, um amigo ligado ao fado, Eurico.
Mas… não posso deixar de citar o trabalho e o profissionalismo, incansável do Nelson Canoa (Estúdio de Gravação) e do Ricardo Quintas (Fotos e Professor de Canto).
Perante tudo isto, escolhi uma editora que fez um óptimo trabalho de edição e divulgação, a “Will Records”, que agradeço profundamente.

Muito bem. E quais  são os teus objectivos futuros na área da música?

Continuar a fazer bailes, nas várias romarias, apostando sempre na música portuguesa, mas também na brasileira, africana, entre outras.
Nos próximos concertos, irei apresentar-me com as minhas bailarinas, algo que quero manter. Irei também, incluir em algumas actuações, os vários intervenientes neste CD.

Falámos da tua música. Indica-nos três ou quatro artistas de que és fã (independentemente do género de música ou outro setor de arte)

Sem dúvida Rui Veloso, Amália Rodrigues, Amor Electro e Quim Barreiros

O que significa para ti a CCS no contexto da região que representa e das várias actividades que desenvolve?

A CCS desempenha um importante papel em Lisboa. Pois, como outrora, aproxima os conterrâneos e amigos de determinado lugar, das suas raízes, das suas tradições, da música e das suas gentes.
É ainda notável, o papel do seu Presidente, Eng. Pedro Amaro, ao lembrar em cerimónias próprias muitas individualidades de várias áreas que trabalharam em áreas diversas e que assim se notabilizaram, pelos feitos conseguidos. Como também, o ressurgimento de várias associações que estavam desactivadas e que agora podem oferecer e ter um contributo à sociedade e à região Centro bastante positivo.
Gostaria mais uma vez de salientar que neste CD está incluída uma marcha que fiz para a Casa da Comarca da Sertã como forma de agradecer as várias iniciativas onde tenho estado presente e todo o carinho e apreço demonstrado pela sua direcção e sócios.

A tua atuação na Sertã e apresentado como "o filho da terra", o artistas que se encontra no seu meio que tens a dizer sobre esta tua presença?

Não sendo exatamente da Sertã considero que estava na nossa terra num contexto geral. Em relação à participação no programa "Somos Portugal", posso dizer que, além de ser uma importante janela aberta para mim, foi um dia bem passado, na companhia de familiares, amigos e da minha nova equipa de trabalho, as minhas bailarinas "Bety" e "Alexandra". Elas, que não conheciam a Sertã e as suas gentes, gostaram tanto que querem voltar! Não posso deixar de mencionar neste momento o excelente almoço reservado aos artistas! 

Sei que conheces bem os produtos gastronómicos  mais emblemáticos da nossa zona. Preferes maranho, bucho recheado ou cabrito estonado?

(Risos) Olhe, gosto de todos eles. São mesmo muito bons!

Quem te queira contactar pode fazê-lo como?

Utilizando o meu email: goncbaratagmail.com  ou então ligando para o telm. 918 055 721. Podem também acompanhar os vários passos que vou dando de romaria em romaria, com fotos e vídeos, através do meu facebook.

O nosso entrevistado, Gonçalo Fernandes Barata é solteiro, nasceu a 6 de Maio de 1989 e quando lhe perguntei se tinha filhos respondeu-me, rindo, que não.

Entrevista realizada em 7 de Abril de 2014 e
foi conduzida pelo responsável deste Blog, Luís Mateus

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