INAUGURA UMA “OUTRA
ARTE”
Já com todas as fotos
Neste sábado, dia 25 de janeiro
de 2014, teve lugar a inauguração de uma excelente exposição em azulejo
“alicatado” de José Freire, artista natural do Fundão mas desenvolve a sua arte
no seu atelier em Azeitão (margem
sul) onde executa meticulosamente as suas obras baseando-se, fundamentalmente,
na recriação de pinturas e desenhos de artistas célebres e com poder enorme de
criação das suas próprias peças. Toda a sua obra é concebida com pedacinhos de
azulejo geometricamente preparados e escolhidos para o efeito que pretende. Em
nenhuma é aplicada qualquer tipo de tinta. Na sua obra encontramos peças,
quadros, painéis e também peças tridimensionais. Uma obra muito valiosa.
A apresentação da exposição
esteve a cargo da Dr.ª Isabel Bessa Garcia professora, investigadora e
bibliotecária na Escola C+S Pedro da Fonseca, sede do Agrupamento de Escolas de Proença-a-Nova que, detalhada e historicamente,
enquadrou toda a obra de José Freire de forma pedagógica e científica que
encantou todos os presentes. Foi uma autêntica aula de ensino superior mostrando
sapiência sobre esta arte e outras correlacionadas. Foi um prazer poder
assistir a este momento raro em Oleiros que, nalguns momentos, até as chamadas
de atenção para alguns pormenores, nos faziam mergulhar por dentro das milhares
e pequeníssimas peças de cada obra que o próprio artista nitidamente também apreciava.
Foi bom. Foi muito bom.
Esta exposição acontece por
convite do Diretor do Hotel, Dr. Fernando Carvalho, ao artista que a certa
altura declara, “entre tantas exposições, esta é a primeira vez que exponho
num hotel”. E logo alguém ao lado diria “o hotel assim está ainda muito mais
bonito”.
Não deixem de visitar esta
exposição, porque vale a pena e não há muitas oportunidades como esta.
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E o que é isto de azulejo “alicatado”? (continuar a ler)
“Há mais de cinco séculos que a
azulejaria ocupa uma posição de relevo entre as artes decorativas portuguesas.
Ao longo da sua história sofreu múltiplas influências, que se caraterizaram
pela riqueza cromática, a monumentalidade, o sentido cenográfico e a sua
integração na arquitetura.
Foi durante a ocupação árabe que
os povos Ibéricos conheceram a cerâmica mural, através da utilização de placas
de barro cobertas de vidrado, que cortadas em fragmentos geométricos eram
recombinados em belos painéis, semelhantes ao mosaico greco-romano e aplicados
em tetos de palácios, murais de igrejas, conventos e outros locais nobres.
Uma das formas de cortar o
azulejo era feita com alicate, estando em voga nos séculos XVI e XVII, é nos
finais do século XVI, que aparecem em Portugal os primeiros painéis (embutidos
em tetos e paredes) combinados em xadrez e em outras formas mais ou menos
complexas que, eram conhecidos como “azulejos de caixilho”.
Todavia, a morosidade da sua
execução fez aparecer o azulejo atual, acabando por ser abandonadas as várias
técnicas de trabalhar o azulejo, entre elas a técnica “alicatado”.
Apesar de há muito se ter deixado
de utilizar esta técnica, José Freire pretende recriar e divulgar esta sua
genuína forma de trabalhar o azulejo, indo a encontro de “Outra Arte”
Para um melhor conhecimento da
sua obra pode ser visitada a página www.outraarte.com
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