A Escola Ciência Viva de Vila
Nova da Barquinha vai acolher, entre 8 de fevereiro e 25 de maio de 2014 a
exposição de fotografia “Território comum - Imagens do Inquérito à Arquitectura
Regional Portuguesa, 1955-1957”.Esta é a primeira mostra da colecção que reúne
100 revelações do espólio da Ordem dos Arquitectos, cujo levantamento
fotográfico foi coordenado por Francisco Keil do Amaral, dando origem em 1961 à
publicação “Arquitectura Popular em Portugal”.
Trata-se mais uma iniciativa
resultante da parceria do Município de Vila Nova da Barquinha com a Fundação
EDP, no âmbito do Parque de Escultura Contemporânea Almourol.
A
exposição tem inauguração marcada para 8 de fevereiro, pelas 15h00, com entrada livre e pode ser visitada de terça a sexta-feira das
10:00 às 16:30 e aos fins-de-semana e feriados das 14:30 às 16:30 (entrada pelo
lado poente da Escola Ciência Viva).
Entre 1955 e 1957o então
Sindicato Nacional dos Arquitectos levou a cabo um levantamento denominado
“Inquérito à Arquitetura Regional Portuguesa”. Sob a coordenação do
arquitecto Francisco Keil do Amaral 18 arquitectos realizaram cerca de dez mil
fotografias. Contudo, apenas uma pequena parcela foi reproduzida na já célebre
publicação A Arquitectura Popular em Portugal, de 1961, uma obra fundamental na
sedimentação de um certo imaginário do território português.
Em 2011, a Ordem dos
Arquitectos (OA) assinalou os 50 anos da primeira edição através duma
iniciativa, que possibilitou uma maior e melhor divulgação desta sua coleção.
Foram classificadas, tratadas e digitalizadas as imagens pertencentes ao espólio
original e colocadas on-line (www.oapix.org.pt), dando visibilidade pública a
muitas fotografias que nunca foram incluídas nas quatro edições do livro.
Sem as limitações conceptuais e
funcionais que orientaram a organização do livro “AArquitectura Popular em
Portugal, esta exposição, composta por uma selecção de 100 novas impressões
fotográficas, propõe uma nova e mais abrangente incursão por esse imenso
e extraordinário espólio fotográfico. Propomos uma exposição de fotografia que
vai muito para além de uma exposição de fotografias de arquitectura, com a plena
convicção de que o valor inestimável deste espólio reside precisamente na
riqueza temática e estética de uma colecção de imagens que se distingue por uma
articulação produtiva e inovadora entre o esforço de documentação das feições
vernaculares de um país e as possibilidades estéticas e plásticas inerentes à
representação fotográfica.
Se o IARP colocou a ênfase na
análise da arquitectura, esta exposição coloca a ênfase no olhar sobre a
arquitectura que desponta e que é legitimado neste projecto, com a convicção de
que a motivação por uma nova abordagem da arquitectura implicou necessariamente
uma renovada atitude perceptiva, que explorou as oportunidades de um território comum
entre a arquitectura e a fotografia, em que a espontaneidade e intuição da
arquitectura popular encontram a justa correspondência na espontaneidade e
intuição da representação fotográfica. E o resultado não poderia ter sido mais
arrebatador: uma visão que aglutina e cruza tempos e origens históricas, que
procura as marcas e os gestos que moldaram a face identitária deste território
singular, a agreste finisterra atlântica da mais ocidental das penínsulas
mediterrânicas da Europa.
Sem comentários:
Enviar um comentário