As propostas para que a floresta seja ambiental e economicamente
sustentável estiveram ontem em debate na iniciativa “Portugal pela
Floresta”, promovida pelo Ministério da Agricultura e do Mar e em que
participou o presidente da Câmara de Proença-a-Nova. João Paulo Catarino
transmitiu à ministra Assunção Cristas a preocupação pela falta de
rentabilidade do pinhal e considerou ser necessário estudar, no novo
quadro comunitário, uma forma de criar um rendimento periódico ao
proprietário florestal, nos primeiros 20 anos do ciclo de crescimento.
Ao longo de 2014 irão realizar-se diversas ações integradas na
iniciativa “Portugal pela Floresta”, na qual a ministra da Agricultura
explica querer associar e “contar com todos”, dos produtores às
associações, do poder político à sociedade civil. O Movimento ECO,
presidido por Murteira Nabo, é um dos parceiros da iniciativa. Neste
debate inicial participaram também o ex-ministro Augusto Mateus e a
professora universitária Helena Freitas, presidente da Sociedade
Portuguesa de Ecologia.
Apesar dos problemas estruturais do pinheiro-bravo, resultantes de
ciclos de vida muito longos e da extinção da resinagem, que dava um
rendimento periódico ao proprietário, o presidente da Câmara lembrou
existirem bons exemplos na floresta portuguesa e considerou que esta
deve ser olhada numa perspetiva de fileira. “A fileira do eucalipto e a
fileira do sobreiro e da cortiça são dois exemplos de como a indústria
pode alavancar a produção”, afirmou.
No caso do eucalipto, com a instalação da indústria criou-se a
necessidade da matéria-prima e a própria indústria transferiu o
“know-how” da preparação do terreno e procedeu ao melhoramento genético
das plantas, aumentando a produtividade por hectare. “No caso do
sobreiro e da cortiça, a inovação introduzida pela indústria,
nomeadamente à procura de novas utilizações, levou a que o preço da
cortiça permita pagar à produção um valor que incentiva os
proprietários”, conclui João Paulo Catarino." - cm
Sem comentários:
Enviar um comentário