Energias renováveis, turismo e sector agro-industrial
apontados como alguns dos que têm maior potencial
de crescimento
Em contexto de crise económica, não deixam de existir oportunidades de investimento para quem tem espírito empreendedor. O desafio foi lançado
a uma plateia maioritariamente jovem, sábado, na conferência “Juventude, Interior, Empreendedorismo”, promovida pelo Núcleo da Juventude de Proença-a-Nova, com o apoio do Município. Energias renováveis, turismo e sectores agro-industrial e alimentar são, na opinião da professora Maria José Silva, directora do Mestrado em Empreendedorismo da Universidade da Beira Interior, três das áreas com maior potencial de crescimento. Referindo-se a instrumentos como o fundo de “Business Angels” sedeado em Proença-a-Nova ou o fundo de crédito de âmbito municipal do programa Finicia, o presidente da Câmara, João Paulo Catarino, apontou alguns frutos do trabalho desenvolvido para incentivar a fixação de empresas. Deu entrada na semana passada o estudo de impacto ambiental do projecto da Derovo, cujo período de discussão pública é de seis meses, e está prevista para Março a mudança de instalações da OutSystems, com o consequente alargamento do número de funcionários.
A falta de recursos financeiros é um entrave à criação de empresas, mas o director regional sul do Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e à Inovação (IAPMEI) desmistificou o mito de que não há canais de financiamento. Referindo-se exclusivamente a linhas com partilha de capitais públicos, André Março apontou soluções para as diferentes fases do ciclo de vida das empresas, desde a criação à consolidação. Mas deixou o alerta: só muito raramente as ideias de negócio são apresentadas de forma estruturada e passam à fase de projecto. “Apenas 23% dos projectos que chegam aos bancos têm planos de negócio”, exemplificou.
Numa altura em que o programa Finicia Jovem está em reavaliação, sem candidaturas abertas, o director regional da Juventude admitiu que quando há menos dinheiro tem de ser melhor canalizado. “Este é o tempo de ajustar o que queremos fazer ao que é realmente possível e às condições do meio”, afirmou Luís Miguel Nascimento.
Logo na abertura da conferência, o presidente do Núcleo da Juventude, Tiago Cristóvão, referiu a questão do risco como um dos maiores entraves ao empreendedorismo jovem. A especialista Maria José Silva sublinhou que a sociedade portuguesa “penaliza quem fracassa”, mas ainda assim mostrou que a taxa de actividade empreendedora tem vindo a crescer. Em 2004, apenas 4% das pessoas com 18 a 64 anos já tinham criado ou estavam em processo de criação de uma empresa. Em 2007, a percentagem era já de 8,8%
- CM Proença-a-Nova
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