Afinal Hosni Mubarak, discursou, mas não deixou os egípcios satisfeitos

Na Praça Tahrir desilusão absoluta

Hoje, as centenas de milhares de egípcios se concentraram para ouvir a intervenção Hosni Mubarak, esperando que anunciasse a sua renúncia, ficaram algo furiosos por tal não acontecer e tudo indica que as manifestações vão continuar. Mubarak, mais uma vez afirmou que não se recandidatava às eleições, marcadas para Setembro e ter retirado e alterado alguns

artigos da Constituição (os mais contestados até por muitos países). Obama veio a público declarar que lhe agrada uma transição democrática em passos seguros, rumo ao que os Egípcios têm exigido, mas posteriormente mostrou-se mais céptico dizendo que "não é clara se é imediata, significativa ou suficiente" esta transição.

A SIC Notícias deu o discurso em directo e com tradução simultânea o que permitiu saber-se, no momento, que o objectivo principal do povo em manifestação não ia ser satisfeita.

Mubarak afirmou que vai delegar alguns dos seus poderes no seu vice-presidente, Omar Suleiman e afirmou repetidamente que " vou responder às vossas exigências e às vossas expectativas mas não vou tolerar intervenções externas" e irei castigar quem derramou sangue nas manifestações, matando outras pessoas.

O que é certo é que no final da intervenção, o povo ficou autenticamente em fúria. Há é já quem tema um golpe militar no meio desta forte contestação e situação.

Outras consequências, tipo dominó, estão já marcadas para outros países islâmicos. Não se avizinham melhores dias.
Dia 11 de Fevereiro:

às 12.16, a tvi24 actualiza notícias que aqui incluímos:

"A televisão Al Arabiya avança que Hosny Mubarak e a sua família terá abandonado o Cairo com «destino desconhecido». Esta informação ainda não foi oficialmente confirmada.Centenas de milhares de pessoas estão já concentradas, esta sexta-feira, na Praça Tahrir, no Cairo, para mais uma mega manifestação contra o Presidente egípcio, Hosni Mubarak. Não é visível a presença da polícia ou de forças militares. O Chefe de Estado delegou alguns poderes no vice-presidente, esta quinta-feira, mas não renunciou ao poder.Numa altura em que havia expectativas sobre qual seria a posição do Exército, depois do discurso de Mubarak, o Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) do Egipto emitiu um comunicado onde insta a população a regressar a suas casas, alinhando, ao que tudo indica, com a permanência no poder de Mubarak. «Regressem à vida normal», refere o documento".