fevereiro 07, 2011

Oleiros - Celebrou momento marcante promovido pela iluste família "Guimaráes"

OLEIROS – VIVENDA DA FAMÍLIA “GUIMARÃES” ABRIU PORTAS ÀS COMEMORAÇÕES DO “MILAGRE” DE SANTA MARGARIDA E PASSAGEM DAS TROPAS FRANCESAS EM 1801


No passado Sábado, dia 5, a residência da família Guimarães, na Horta da Santa em Oleiros abriu-se para dar lugar à comemoração do que é considerado pela população um milagre. Aquando da passagem de parte das tropas das invasões francesas em 2 de Fevereiro de 1811, deu-se a explosão da capela da Santa Margarida situada em terrenos da Portela e a cabeça da santa veio a aparecer intacta nos terrenos (Horta da Santa) onde hoje se situa a vivenda desta digna família. Daí a iniciativa, levada a efeito pelo dinâmico empresário e anfitrião José António Guimarães, sua esposa e sua mãe D. Fernanda Garcia Guimarães. Tratou-se de
uma cerimónia interessante pois contou com muitos convidados, família, amigos, empresários e com individualidades locais, nomeadamente, Presidente da Câmara e Vereador Victor Antunes, Presidente da Direcção da Associação dos Bombeiros Voluntários de Oleiros e elementos da mesma, bem como representantes de órgãos da comunicação social.
O ciclo das intervenções foi aberto pelo impulsionador da celebração e “homem da casa”, Dr. José António Guimarães cuja intervenções explicou às pessoas a razão por que se encontravam ali, fazendo uma rápida viagem à história, salientando que consideraram importante celebrar os 200 anos decorridos após a passagem das tropas e o “milagre” se dar. Disse que o sr. Cónego Martinho, de Oleiros, faria, seguidamente, uma intervenção, seguindo-se um ilustre convidado e profundo conhecedor nestas questões das “invasões” e, por fim, o sr. Presidente da Câmara Municipal.
O Cónego Martinho trazia o trabalho de casa bem preparado, recorrendo, inclusivamente, a fontes de informações que hoje são indispensáveis constantes na internet. Falou da vida das invasões, dos inconvenientes das mesmas enquanto forças destruidoras de bens, de vidas e infligindo muito sofrimento dor e agonia sem necessidade. A forma violenta com que foram feitas estas invasões contrastou com a paz necessária dos povos e com o papel da igreja na sociedade. Explicou também que a actual imagem de Santa Margarida, que está na capela e vai no andor nas procissões, não era a original, por esta ser muito pesada. A “santa velha”, como o povo lhe chamava, está colocada no altar da Senhora de Fátima na Igreja Matriz e ali se mantém sempre. Apontou  então  para um quadro situado na parede do salão onde nos encontrava-mos e explicou pormenorizadamente os elementos constantes da imagem antiga. Momentos depois, faria a bênção deste quadro. A fotografia é da autoria reconhecido fotógrafo Alberto Ladeira (que também estava presente para registar o momento desta cerimónia). “A santa Margarida é uma santa venerada em muitos países. Os santos dos séculos II e IV são considerados mundiais enquanto que, há outros, são venerados somente a nível regional ou até nacional”, afirmou o sr. Cónego.
Seguidamente, Joaquim Gonçalves, bastante conhecedor das invasões, perito também em saber transmitir mensagens, deu uma agradável e importantíssima “aula” sobre esta questão, fazendo os enquadramentos histórico, falando das técnicas usadas, dos grandes generais franceses, das retaliações e resistência dos portugueses, do horror da destruição, dos tratados de Portugal com a Inglaterra e do desfecho destas repetidas invasões. Uma comunicação muito agradável e pedagogicamente muito válida.
Por fim o sr. Presidente da Câmara, José Santos Marques, saudando os organizadores da cerimónia da comemoração e na sua curta intervenção, fez sentir a importância deste tipo de iniciativas, deixando, como vem já sendo hábito, o desafio para que outras pessoas ou instituições façam coisas análogas mas que são da maior importância.
Seguiu-se então um porto de honra, muito bem acompanhado de acepipes diversos e o momento foi muito rico para as pessoas falarem umas com as outras num espaço acolhedor onde se respirava amizade, simpatia, iniciativa inovadora e um exemplo marco para o futuro.
Uma palavra envolvida num abraço de amizade e apoio moral à esposa do nosso grande amigo, Magistrado João Ramos, recentemente falecido, que esteve presente reunindo forças para tal. Na abertura da cerimónia o “nosso” João Ramos foi recordado pelo José António relativamente ao apoio que ele dava sempre a iniciativas deste género e em forma de homenagem sentida perante os presentes.
Na coluna lateral ficam alguns registos fotográficos destes momentos, porque é importante que fique registado e se dê rosto “às coisas” que vão acontecendo.
Parabéns a todos quantos se envolveram para que este momento fosse um sucesso tão importante. Obrigado por serem assim.

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