outubro 13, 2012

Portugueses zangados com o Governo


Este Governo perdeu os portugueses. Este Governo aumentou a crise e impôs uma austeridade tal que as pessoas se sente todas revoltadas, muito preocupadas e com problemas gravíssimos de poder viver ou mesmo sobreviver. O culpado é sempre "o outro", nunca se assume o desnorte em que entraram todos quantos formam a equipa governativa. Portugal vive a maior crise dos últimos 38 anos. A classe média foi esmagada, os pobres continuam mais pobres e os ricos mais ricos. 

Os limites, foram ultrapassados em todas as áreas e setores. O lema é austeridade + austeridade = AUSTERIDADE.

A descredibilização dos políticos é de tal forma que o Povo já pouco acredita - alguns nada - neste sistema em que os partidos colocam a própria democracia em perigo. Vivem para os votos, para as estatísticas, para o encaixe nos tachos e empregos de milhares de militantes do partido pelo país fora. Porque são eles que os elegem para os órgãos políticos locais e nacionais (falo dos Secretariados, Comissões políticas concelhias, distritais e nacionais, da conceção das listas dos deputados, dos elementos representantes aos congressos) e, sendo assim, ninguém ganga uma coordenação concelhia ou distrital sem montar estratégias de ceder aqui, avançar ali. São os militantes, que formam (quase sempre com enormes discordâncias) que formam as listas dos candidatos a deputados em quem vamos votar ou às listas das Assembleias de Freguesia, Câmara e Assembleia Municipal.
O centro de tudo são os partidos, de onde sai sempre o primeiro ministro e outros ministros.
E nós votamos. Votamos muitas vezes sem conhecermos os candidatos. Vemos as suas fotos e por aquelas listas votamos. Não o fazemos pelos programas, porque não havia verbas para distribuir tantos e pesados. A propaganda resulta sempre muito mais dos debates (?) nas televisões do que nos jornais ou panfletos distribuídos nas ruas.
E são eleitos. Com enorme abstenção, mas são eleitos. Passam a ser representante das populações que os elegeram. Sentem-se importantes, distanciam-se, têm sempre muito que fazer para justificar a não mais virem falar e ouvir as pessoas. Claro que eles vêm, mas vêm aos convites das estruturas do partido a nível local. Porque é importante vir para que os seus autarcas mostrem que conseguiram "trazer à sua terra deputados ou governantes". "Beijam-se mãos", dão-se alguns abraços, mas o Povo está arredado. Alguém que na rua se manifestava dizia: "porque não ficam nos Ministérios a governarem, em vez de andarem por aqui a ouvir gritaria e esconderem-se de nós. Que tristeza!

E, esse Povo, agora desesperado zangou-se. Retirou o tapete ao governo, subtraiu o "valor" aos políticos e assiste-se hoje a um processo de reagir contra estas medidas de austeridade que se manifesta em diversos tipos de manifestações, em qualquer lugar, gritando "gatuno" cara a cara ou de longe quando a polícia não deixa aproximar e os governantes lá vão inaugurando algumas obras mas têm de entrar e sair, muita vez, pelas portas das traseiras. Ao que isto chegou!

Ao próprio presidente da República não lhe são poupadas manifestações e alguns apupos e nem o Conselho de Estado foi poupado.

Mas afinal que economistas temos nós que acabaram por se contradizer nas suas apreciações, nas suas teses televisivas? Os comentadores que agora já admitem que o governo atual não tem pernas para andar, mas Mário Soares afirma que o pior é haver neste momento eleições? E quem ouve um homem que eu sempre admirei, António Bagão Felix, que de uma forma exemplar clama por mais solidariedade, por medidas que sejam mais distendidas no tempo e que não rompam os limites que levem a situações de convulsão social perigosa...

Hoje já ninguém acredita neste Governo. Só ele mesmo e alguns que o compõem, duvido muito. A coligação continua, mas as divergências também. Paulo Portas, que sempre se resguardou durante mais de um ano de mandato, é quem, politicamente pode vir a retirar mais dividendos políticos/partidários. O foco passou a ser os momentos em que ele não sorri, não intervém, mas alguma pequena esperança está depositada nele por poder discordar de algumas das medidas que podem transformar Portugal numa Grécia (embora muitos não acreditem, porque nós somos mais cordados, fazemos manifestações sem percalços) ou ainda pior. 
Vendem-nos a ideia de que não há alternativas. Vamos aceitando porque as pessoas consideram que o líder do PS, António Seguro, não é alternativa neste momento. E eu direi, não é mesmo. O PS mostra também não estar interessado em ir para o Governo quando Passos Coelho e o seu Ministro da Finanças não conseguiram reduzir o déficit com a austeridade que desferiram para 2012, prevendo-se que fique em 6.0, ou mais.

Indicam-se então caminhos alternativos, fazem-se propostas que parecem serem razoáveis, mas o Povo está hoje na rua, amanhã, quase sempre, e a greve geral também a curto prazo marcada (um direito dos trabalhadores mas com a qual não concordo, neste momento) a marcar os  próximos tempos. 
Mas em 2013... tudo indica vai ser um ano de muita convulsão e possivelmente a queda DESTE GOVERNO. Veremos!

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