Se a concentração de escolas se deu e vai continuar a dar evocando o princípio de que, assim, os alunos terão melhores e iguais condições; se na política de centralização de saúde e hospitais podem ser entendidos (?) baseada em princípio idêntico, já a morte dos tribunais em muitas das nossas terras é muito complicada, porque, como disse Sousa Tavares, "qualquer dia não haverá nenhuma instituição do Estado nestas terras onde se ice a bandeira nacional". O jornal "Público" de 19/6relata que "os protestos dos municípios que vão ficar sem tribunais alastram de Norte a Sul. Ontem as populações de Alfândega da Fé, Carrazedas de Ansiães, Miranda do Douro e Mértola fizeram fizeram sentir o seu o seu desagrado e anunciaram a sua presença na manifestação programada por autarcas no dia 28, em Lisboa."
O protesto aumenta mesmo com o apoio dos municípios que não são afetados com o "corte" do tribunal e as reações vês de todos os quadrantes políticos, mesmo autarcas e personalidades dos partidos da atual maioria política. Há quem afirme "Querem encerrar o Interior" ou "Aqui também é Portugal" . Alguns diretores de agrupamentos de escolas também já se manifestam publicamente.
Mal vai um país que terá o seu poder local, aquele que trabalha junto das populações e lhes resolve os problemas na rua em manifestação. Lembro-me perfeitamente, porque estava lá, que quando Pinto Balsemão foi Primeiro Ministro foi comemorar o dia da árvore na serra onde hoje está uma série de ventoinha (energia eólica). Na salão nobre da Câmara Municipal de Oleiros, o então PM disse: "É preciso estar atento a esta classe de políticos locais que se fartam de trabalhar e não aparecem nas televisões. É preciso apoiá-los, porque são eles que apoiam as populações do interior". Fui ao almoço no cimo da serra aberto a todas as pessoas e inaugurava-se uma vasta dimensão de nova espécie de pinheiro "nórdicos". Mas isso agora tem pouco interesse, porque o foco está no valor que então o Primeiro Ministro valorizava e salientava com gosto: os autarcas e as terras de trabalhadores honestos a merecerem toda a atenção. Mas ai que mudança...
Agora, fica aqui uma nota que me foi enviada pelo nosso amigo António Romão Matos que ilustra o sentimento de revolta de algumas populações e o título é:
Caixão colocado em frente ao tribunal mostra luto da população
"Em frente ao Tribunal da Golegã, um carro funerário e um caixão anunciavam, na manhã desta terça-feira, 19 de Junho, o dia de Luto Municipal instituído pela autarquia devido ao anunciado encerramento do Tribunal. Ao lado de Veiga Maltez (PS), presidente da câmara municipal, estava Sérgio Carrinho, autarca da Chamusca, concelho que também é servido por este tribunal, entre demais políticos. “Esta decisão é um atentado ao municipalismo, pedra basilar da nossa democracia! Hoje é o tribunal, amanhã será o Serviço de Finanças, a Segurança Social e quiçá, um dia destes, a Câmara Municipal”, protestou Veiga Maltez, considerando ainda que foi uma falta de respeito ter sabido desta intenção através dos jornais. Tal como aconteceu na véspera em Alcanena, uma hora após o início do protesto, a população desmobilizou sem alarido."
E termino esta postagem com o seguinte: tinha um amigo que era Deputado na Assembleia da República, Aires de Carvalho (PS) que faleceu novo no desempenho dessas funções que, repetidamente, dizia: "Já não há pachorra que me deixe aguentar tudo isto"
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