A MINISTRA NÃO RECEBEU OS AUTARCAS?
Mal vai um país em que a srª
Ministra da Justiça não recebe a delegação dos autarcas que, por iniciativa da
ANMP – Associação Nacional de Municípios Portugueses – desfilava muito
pacificamente tendo como objetivo manifestar a sua discordância do encerramento
dos 54 tribunais conforme consta nas Linhas
Estratégicas para a Reforma da Organização Judiciária.
Os nossos ELEITOS só queriam ser
recebidos. São responsáveis, gerem concelhos, parte do território nacional, mas
não. Um funcionário apareceu para lhes comunicar que somente poderiam entrar
dois elementos e seriam recebidos somente pelo chefe de Gabinete. Os autarcas
recusaram e bem. Preferiram delegar a missão de entregar o texto que era para
ser entregue diretamente com Paula Teixeira da Cruz. Foi quando centenas de
manifestantes se concentraram frente ao edifício do Ministério da Justiça e
juntos acabaram por dar um verdadeira vaia à ministra.
Os nossos eleitos, o
secretário-geral da ANMP e o seu vice-presidente não deixaram de pronunciar o
seu descontentamento, a desconsideração de que foram alvo. Segundo o jornal
Público, o “Vice-Presidente da ANMP defendeu ontem o corte de relações
institucionais com Teixeira da Crua depois de esta se ter recusado a receber em
pessoa os presidentes de câmara que se manifestaram em Lisboa”. No entanto, o
presidente da câmara de Boticas (PSD) acabou por colocar alguma água na fervura
e afirmou àquele jornal “os nossos raciocínios a quente nunca são bons”.
Perante toda esta situação o
ministério veio a público através de comunicado onde se afirma não se perceber
“razão de protestos públicos, agora organizados e promovidos pela ANMP, quando
está em curso um amplo debate público”.
Paula Teixeira da Crus diz-se
disponível para reunir com a ANMP e com os presidentes de câmaras onde se
conclua pela necessidade de proceder ao encerramento dos respetivos tribunais.
Mas após o período de discussão pública, afirma a mesma fonte.
A verdade é que o Poder Local
esteve insatisfeito e depois revoltado no Terreiro do Paço. Voltaram aos seus
municípios mas indignados. Com razão.
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