junho 15, 2012

TODOS, POR CÁ, MERECEMOS MAIS!


A criação do chamados "mega agrupamentos" de escolas não é nada pacífico no país. Nas cidades e nos meios rurais  e concelhos com grande tendência para a desertificação. A contestação a esta medida já foi objeto de grandes programas para discussões, reuniões, assembleias e o processo vai ainda tomar foros de maior complexidade.

Ora, estas medidas para Oleiros são baseadas somente em números e noutras situações a régua e esquadro, faz-nos sentir que estamos a perder por entre os dedos o que caraterizava uma sociedade concelhia. Houve o encerramento de quase todas as escolas do 1º ciclo (e dizemos que sim); Avança-se com a Reforma que agrupará Juntas de Freguesia que estão a ser "negociadas" ( dizemos que realmente algumas já não se justificam); O Centro de Saúde deixará de ter serviço de urgências de noite (e lemos os número de vezes que mensalmente vão à urgência e dizemos, realmente...);  O tribunal passa, pelo menos, a ter juízes (e nós dizemos que com a abertura do novo troço da estrada Oleiros-Sertã e depois de ser construída a unidade de saúde prevista para a Sertã, tudo fica a 12 ou 13 minutos de viagem por uma boa estrada); Outros Serviços como a Repartição de Finanças também será objeto de grande transformação. Perdemos a classificação de "centro urbano". Há o corte dos 10% das verbas que o Governo transferia para as autarquias. São os 5% que as autarquias perderão no IMI para o Estado no processo de reavaliação das casas. 


 A crise até agora parecia que era só dos outros (os das cidades), mas hoje em Oleiros há sintomas muito preocupantes.  Há certezas de que a crise deu as curvas todas mas achou esta gente cá no meio do pinhal, ordeira, simples, responsável, que sabe receber como poucos mas... já são os comerciantes e industriais a desabafar angústias pelos próximos  despedimentos, preocupações com as receitas cada vez menores e fecho de algumas "casas".
Já é uma realidade e não vale a pena "tapar o sol com a peneira". Não é que se venha a passar fome, fome verdadeiramente em Oleiros, mas se o ritmo da crise e das medidas tomadas continuarem no pior dos sentidos, quer Oleiros, quer outros concelhos do Interior passarão a ficar cada vez mais desertificados. Por vezes pergunto-me se não há razões para enchermos as ruas da Vila com vasos com pinheiros, numa atitude ordeira mas de protesto por nos abandonarem decididamente.

O que fizeram os nossos governantes até hoje? O que fizeram os nossos Deputados eleitos por estes Distritos? Não precisamos de medidas de origem e expressão partidária, mas de repensar uma outra política para o desenvolvimento do Interior. Todos somos culpados? Talvez, porque aceitamos o princípio de que colocar o voto neste ou aquele partido ou lista já entregamos o destino nas mãos de outros que nunca mais nos "ligam" ou, pelo menos, só a alguns.

Como se sentirão os nossos Presidentes de Câmaras que tanto fazem a favor dos seus concelhos (nem todos como é público) perante esta complexidade? No Distrito,  temos dos melhores exemplos de dinâmicas, de boa gestão, de olhar para o futuro preparando-o já hoje. Isto até parece um paradoxo, dizer o que disse anteriormente e estar agora a dar os nossos Presidentes como exemplo. Há mesmo excelentes exemplos! Não sejamos ingratos.
Por isso este grito de que TODOS POR CÁ MERECEMOS MAIS! 
Temos hoje, em todos os concelhos, as melhores condições concebidas pelas autarquias locais, mas somos enfraquecidos pelos "novos maus tempos"

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