Investigador Luís Farinha foi o convidado em mais uma
sessão do programa local de comemoração do centenário
O papel das mulheres na I República, o alargamento da escolarização e a estratégia de viragem para as colónias foram alguns dos pontos abordados por Luís Farinha em mais uma palestra integrada no programa local de comemoração do centenário da República. Partindo de sete quadros da revolução, o investigador do Instituto de História Contemporânea da Universidade Nova de Lisboa procurou retratar o período de transição entre a monarquia e a I República, terminando com o fim do sonho republicano.
Ao longo da intervenção, Luís Farinha foi apontando algumas semelhanças da I República com o momento que vivemos. “Somos um país com mais aspirações que ambições”, acentuou. Entusiasmamo-nos facilmente com sonhos, mas falta ambição entendida como algo que nos leva à acção. O que não implica que deixemos de acreditar na mudança. Como em 1910 ou em 1974, temos de “acreditar que somos capazes de mudar o país”, foi a mensagem deixada à plateia maioritariamente constituída por estudantes do ensino Secundário.
O vereador João Manso destacou a importância do ciclo de conferências e a ajuda que podem dar para que os mais jovens compreendam o actual contexto de crise. Deixou ainda uma palavra de agradecimento pela dedicação que a professora Isabel Bessa Garcia tem demonstrado na organização das palestras. A terminar, um poema de Eugénio de Andrade foi a escolha para assinalar o Dia Mundial da Poesia.
Natural do Sipote (no concelho da Sertã), Luís Farinha partilhou algumas recordações da sua infância e do tempo em que semanalmente caminhava a pé até Proença-a-Nova, para fazer as compras para a professora. Acabou por ser questionado sobre o futuro do mundo rural e do interior, permitindo um desvio ao tema para dar a sua opinião: “Penso que só uma solução em rede – à escala intermunicipal – pode dar respostas para o interior”.
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