março 24, 2011

Artesanato. Madeiras raras expostas no Centro Ciência Viva da Floresta

Artista Oleirense expõe em Proença

Não resisto a colocar esta notícia sobre a exposição com materiais trabalhados por um grande amigo meu, que mora no Casal de Santa Margarida em Oleiros e que tenho peças por ele oferecidas maravilhosas. Este artista esteve na Feira do Pinhal e os seus trabalhos foram muito apreciados. Tudo o que faz é "à mão", dispensando máquinas.


Mário Antunes, de 80 anos, começou há um ano a criar peças 
utilitárias e juntou espécies de vários continentes

Quando andava na escola, Mário Antunes fazia carros em madeira que eram cobiçados pelos colegas e chegavam a originar brigas. Durante décadas o gosto por trabalhar a madeira à mão
esteve adormecido, mas a profissão de carpinteiro não o desviou do caminho que retomou com a reforma. No ano passado participou pela primeira vez como artesão na Feira do Pinhal, em Oleiros, e algumas das suas peças estão até final do mês expostas no Centro Ciência Viva da Floresta (CCVF).
Na infância, Mário Antunes usava raiz de amieiro, “uma madeira muito macia” que lhe permitia moldar brinquedos à sua vontade. Aos 80 anos, a prática na carpintaria ajudou-o a dominar as características de cada espécie e combina diferentes tipos de madeira para obter os resultados pretendidos. “Não uso nada pintado. Quando quero dar cor, escolho as tonalidades mais apropriadas”, explica.
Pinho e oliveira estão entre as matérias-primas mais usadas, mas nas peças expostas destacam-se 24 pequenos pratos que são uma autêntica montra de madeiras, algumas das quais em extinção. “Cada prato é de uma espécie diferente, oriunda de vários continentes”, explica. Há espécies como o mucibo, que foi queimado até estar quase em extinção, em Angola. E outras madeiras raras vindas de Ásia e Brasil. “Alguns eram pedaços pequenos que tinha na carpintaria, outros pedi a colegas.”
Na mostra que pode ser vista no CCVF, nas Moitas, há relógios e molduras que resultam da combinação de tonalidades, assim como pratos com encaixes a duas cores. O leque de peças é variado, incluindo loiças e fruteiras, bancos e cadeiras, as medidas de alqueire antigamente usadas para cereais, jarras ou mealheiros. “Procuro que as peças tenham sempre alguma utilidade”, explica o artesão.
Barris de pequenas dimensões são, de todas as peças que faz, as que mais tempo exigem. Mas Mário Antunes pretende testar em breve um novo objecto que promete dar que fazer: “Quero tentar criar um candeeiro, mas é complexo do ponto de vista da segurança”. Quando deita mãos à obra, tem sempre uma ideia clara do que quer. “O artesanato desenvolve a mente e o físico. Estou sempre a mexer”, explica com um sorriso. 
site: Município de Proença-a-Nova

Sem comentários:

Enviar um comentário