Momento da leitura da escritura e posse dos sócios fundadores
No passado domingo (dia
31 de maio) foi constituída, em Oleiros, a Confraria Gastronómica do Cabrito
Estonado. A cerimónia teve lugar numa tenda gigante, situada no centro da vila,
iniciando-se com a escritura pública. O ato solene foi testemunhado pelo muito
público presente que não quis deixar de marcar presença neste dia histórico
para o concelho e as suas gentes. Os catorze associados fundadores serão
posteriormente, no I Capítulo desta Confraria, os seus digníssimos
Confrades Fundadores. Presente no evento esteve também o consagrado ator Ruy de
Carvalho, o qual aceitou o convite endereçado pelo Município para se tornar
Confrade de Honra desta Confraria.
Dos catorze
associados que tomaram posse, pessoas com responsabilidades na divulgação
desta causa pelo seu entusiasmo ou pela sua entrega à causa pública, dez deles
são os representantes dos restaurantes que anualmente, por altura da Páscoa,
aderem ao Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Maranho. Têm tido um
papel preponderante enquanto embaixadores desta causa e são eles os fiéis
guardiães desta referência maior da matriz gastronómica Oleirense. A eles coube
a missão de preservar saberes e defender sabores. Por esse motivo, a cada um o Presidente
da Câmara Municipal de Oleiros, Fernando Jorge, entregou um diploma, assim como
um avental que simbolicamente assinalará para sempre este acontecimento.
Durante o evento, todos
os interessados em tornarem-se confrades efetivos desta Confraria, poderiam
pré-inscrever-se no secretariado que existia no recinto para o efeito.
Pretende-se que todos quantos queiram, possam fazer parte desta iniciativa que
em tanto valorizará o Cabrito Estonado e a sua pátria: Oleiros.
Ruy de Carvalho e família
As origens desta especialidade Oleirense…
Das origens
deste delicioso repasto Oleirense ouvem-se muitas histórias que através de
relatos e experiências vão sendo passadas de geração em geração:
·
A primeira referência surge-nos
num livro de culinária do Al-andaluz medieval
que fala de um borrego estonado com óleo;
·
Em 1624, o
missionário Oleirense António de Andrade, o primeiro ocidental a escalar os
Himalaias e a chegar ao Tibete, nos relatos da sua expedição e abordando os
costumes daquelas gentes, realça o facto de não esfolarem os carneiros e cabras
que comem, mas antes comerem-nas com a pele chamuscada, tal como em Oleiros.
·
Já no séc.
XIX, Alexandre Dumas descreve, deliciado, a experiência de comer um borrego
preparado à moda do deserto, na Tunísia, também assado com a pele.
·
Corria o ano
de 1961, quando no Concurso Nacional
de Cozinha e Doçaria Portuguesa, promovido pelo SNI e a RTP, Oleiros se fez
representar com o Cabrito Estonado, tendo Aura Martins Romão obtido o primeiro
prémio na categoria Cozinha.
·
No
mesmo ano e na sequência deste concurso, Aura Romão participou no programa de
culinária da RTP de Maria de Lourdes Modesto.
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