Foi a maior viagem que a Bibliomóvel já fez desde que começou a percorrer o concelho. Embora a carrinha não tenha saído de Proença-a-Nova, o projecto foi um dos 11 apresentados aos participantes no Festival de Bibliotecas Itinerantes que decorreu, entre 11 e 13 de Agosto, em Turku, na Finlândia. Um encontro que, como explica o bibliotecário Nuno Marçal, permitiu partilhar experiências e procurar parcerias que tragam novas funcionalidades às bibliotecas itinerantes.
Se ao nível da dimensão dos veículos e dos recursos disponibilizados são evidentes as diferenças entre os serviços dos vários países representados, Nuno Marçal destaca a “semelhança entre os comportamentos, histórias, sonhos, pesadelos e projectos” partilhados por todos os profissionais ambulantes da promoção da leitura, do livro e do conhecimento, seja qual for o país em causa.
A par dos projectos apresentados em comunicações, estiveram fisicamente presentes 36 bibliotecas de oito países – Finlândia, Noruega, Suécia, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Estónia e Rússia. Por razões diferentes, Nuno Marçal destaca dois destes projectos. A biblioteca da Holanda assume-se como “um autêntico centro comercial ambulante de serviços à comunidade”, com banco, estação de correio, salão de jogos, posto de turismo e payshop. Já a da cidade anfitriã cativa “pelo romantismo”: está montada num barco que se desloca pelos arquipélagos existentes ao largo de Turku, “levando leitura e companhia aos ilhéus tantas vezes isolados” pela geografia, por vezes agravada pelas condições meteorológicas.
A Bibliomóvel de Proença-a-Nova surgiu em Junho de 2006, no âmbito do projecto “Uma Comunidade, Uma Família”, financiado pelo programa Progride. Nestes cinco anos, em que percorre algumas das aldeias do concelho mais distantes dos pontos fixos de biblioteca, tem levado não só cultura como companhia a populações isoladas e maioritariamente envelhecidas. Dispõe de um acervo documental de 828 livros, 115 DVD e oito publicações periódicas, que cobrem as áreas de interesse e temáticas relacionadas com as actividades e tradições próprias das populações servidas (caça, pesca, culinária, apicultura, música e bordados).
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