O meu entrevistado de hoje é um jovem dinâmico, voluntarioso, acordeonista e que, embora seja da Lapa (Lisboa), os seus pais têm origem no concelho de Oleiros – a mãe é da Roda de Baixo e o pai das Sarnadas de Álvaro - tem sido requisitado imensas vezes para animar muitos dos momentos de celebração, bailes, festas e romarias. Recentemente apresentou o seu segundo álbum, “O teu beijinho” na Casa da Comarca da Sertã (CCS) tendo sido um momento de grande nível e animação.
No “baile da
Primavera”, realizado pela direção da CCS, o Gonçalo Barata esteve mais uma vez
presente a animar o baile mas, embora toque no Rancho Folclórico “as lavadeiras
da Ribeira da Lage” fez aqui a sua estreia como dançante deste Rancho. Foi bom
vê-lo ligeiro, dedicado e a mostrar que também ele era um recurso para dançar
as várias modas que apresentam.
No fim de semana
passado (domingo 6 de abril) atuou brilhantemente com as suas bailarinas no
palco instalado na Alameda da Sertã, no programa “Somos Portugal” da TVI tendo atuado depois de Ana Malhoa abrir
musicalmente, seguida dos Astros, Alberto Reis, Nel Monteiro Tatiana e então o
Gonçalo. É claro que se seguiram muitos outros artistas numa tarde magnífica
que colocou a Sertã nos desejos dos portugueses.
Mas passemos ao
resultado da nossa conversa:
Qual é a tua vida profissional?
- Estudante
universitário – Curso de Ciências Musicais
- Acordeonista no
Rancho Folclórico “As lavadeiras da Ribeira da Lage”
e Acordeonista na
Real Tuna Académica Neolisipo
Uma vida ligada à música. Com quem aprendeste?
Acordeão,
concertina e harmónio foi com Amarílis Matono e a Formação musical e canto foi
na Escola de Música Improviso, com os professores Ricardo Quintas e Alexandre
Diniz;
E há quanto tempo já tocas acordeão?
Dez anos
Já te vi atuar na Casa da Comarca da Sertã e em Oleiros
aquando do aniversário da mesma. Foi lá que combinámos esta conversa… Dá alguns
exemplos de outros locais onde já atuaste
Como sabe, com alguma
regularidade faço bailes e outros eventos musicais na Casa da Comarca da Sertã,
como por exemplo: Baile de Reis, Carnaval, Primavera, Santos Populares ou
Encontro de tunas. Desenvolvo uma ligação musical, com outras casas regionais:
Arganil, Tomar, Ferreira do Zêzere, Covilhã, entre outras.
E locais?
Em relação aos
locais onde tenho atuado, posso dar-lhe alguns exemplos: Em Amares, Montalegre,
Sever do Vouga, Bragança, Porto, Leiria, Caldas da Rainha, Sousel, Penamacor,
Proença-a-Nova, Setúbal, Lisboa, Santa Margarida, Abrantes, Mouriscas, Oleiros,
Vale Souto, Cambas, Sarnadas, e Sobral.
Ah e quero-lhe
dizer, com toda a honestidade, que visitar estes locais tem sido para mim uma
experiência muito boa a nível musical. É até, nestas deslocações, que tenho uma
oportunidade de conhecer o nosso país e é muito ser recebido sempre com grande
simpatia e humildade. Que bom!
Já estiveste nalguma festa da nossa região?
Sim, sim, no “Harmovaso”,
Festa de verão Sarnadas, Sobral, Vila de Rei, Aniversário da Casa da Comarca da
Sertã realizado em Oleiros, encontros de acordeão, concertina e harmónio de
Proença-a-Nova, Penamacor, Pampilhosa da Serra, Montes da Senhora...
Lançaste o teu segundo CD. Fala-me dele. Foi edição
pessoal ou através de editora?
Este 2º CD -“O teu beijinho”, representa um intenso
trabalho,
que durou cerca de 6 meses e conseguir. Nestes meses, escolhi músicas,
participações especiais, arranjos musicais e editora. Foram feitos vários
ensaios, secções fotográficas, entre muitos outros passos importantes que é sempre
necessário neste tipo de edição de trabalhos.
Em relação aos
géneros tratados, optei por aproximar, o mais possível, aos géneros musicais que
normalmente utilizo nas actuações. Fados, kizombas, kuduros, marchas,
corridinhos, viras, sambas, estão presentes no CD. É claro, que ainda falta, os
tangos, as valsas, as baladas, as coladeiras, mas, esses ficam para o próximo
trabalho.
Deste CD, fazem
parte 14 músicas, das quais 5 são composições minhas, que passo a citar, “O Teu
Beijinho, A Menina do Baile, a Marcha da Casa da Comarca da Sertã, a Marcha do
Sobral (dedicada às gentes do Sobral) e o Corridinho das Sarnadas (dedicado às
gentes das Sarnadas)”.
À semelhança do CD
– “Ouvir Portugal”, o primeiro
trabalho discográfico, convidei vários amigos; a Real Tuna Académica Neolisipo,
trazendo consigo o espírito de estudante, a Sofia Rodrigues, uma cantora
excepcional, o João Canto e Castro, um grande amigo, conhecido imitador de
vozes, que brilhantemente utilizou o seu violino, num tema de Cabo-Verde, e
para um pequeno apontamento musical, mas muito significativo, na guitarra
portuguesa, um amigo ligado ao fado, Eurico.
Mas… não posso
deixar de citar o trabalho e o profissionalismo, incansável do Nelson Canoa (Estúdio
de Gravação) e do Ricardo Quintas (Fotos e Professor de Canto).
Perante tudo isto,
escolhi uma editora que fez um óptimo trabalho de edição e divulgação, a “Will Records”, que agradeço
profundamente.
Muito bem. E quais são os teus objectivos futuros na área da
música?
Continuar a fazer
bailes, nas várias romarias, apostando sempre na música portuguesa, mas também
na brasileira, africana, entre outras.
Nos próximos
concertos, irei apresentar-me com as minhas bailarinas, algo que quero manter.
Irei também, incluir em algumas actuações, os vários intervenientes neste CD.
Falámos da tua música. Indica-nos três ou quatro
artistas de que és fã (independentemente do género de música ou outro setor de arte)
Sem dúvida Rui
Veloso, Amália Rodrigues, Amor Electro e Quim Barreiros
O que significa para ti a CCS no contexto da região que
representa e das várias actividades que desenvolve?
A CCS desempenha um
importante papel em Lisboa. Pois, como outrora, aproxima os conterrâneos e
amigos de determinado lugar, das suas raízes, das suas tradições, da música e
das suas gentes.
É ainda notável, o
papel do seu Presidente, Eng. Pedro Amaro, ao lembrar em cerimónias próprias muitas
individualidades de várias áreas que trabalharam em áreas diversas e que assim
se notabilizaram, pelos feitos conseguidos. Como também, o ressurgimento de
várias associações que estavam desactivadas e que agora podem oferecer e ter um
contributo à sociedade e à região Centro bastante positivo.
Gostaria
mais uma vez de salientar que neste CD está incluída uma marcha que fiz para a
Casa da Comarca da Sertã como forma de agradecer as várias iniciativas onde
tenho estado presente e todo o carinho e apreço demonstrado pela sua direcção e
sócios.
A tua
atuação na Sertã e apresentado como "o filho da terra", o artistas
que se encontra no seu meio que tens a dizer sobre esta tua presença?
Não sendo
exatamente da Sertã considero que estava na nossa terra num contexto geral. Em
relação à participação no programa "Somos Portugal", posso dizer que, além de ser uma importante janela aberta para
mim, foi um dia bem passado, na companhia de familiares, amigos e da minha nova
equipa de trabalho, as minhas bailarinas "Bety" e
"Alexandra". Elas, que não conheciam a Sertã e as suas gentes,
gostaram tanto que querem voltar! Não posso deixar de mencionar neste momento o excelente almoço
reservado aos artistas!
Sei
que conheces bem os produtos gastronómicos
mais emblemáticos da nossa zona. Preferes maranho, bucho recheado ou cabrito estonado?
(Risos) Olhe, gosto de todos eles. São mesmo muito
bons!
Quem
te queira contactar pode fazê-lo como?
Utilizando o meu email: goncbaratagmail.com ou então ligando para o telm. 918 055 721. Podem também acompanhar os vários passos que vou dando de romaria em romaria, com fotos e vídeos, através do meu facebook.
O nosso
entrevistado, Gonçalo Fernandes Barata é solteiro, nasceu a 6 de Maio de 1989 e
quando lhe perguntei se tinha filhos respondeu-me, rindo, que não.
Entrevista
realizada em 7 de Abril de 2014 e
foi conduzida pelo
responsável deste Blog, Luís Mateus
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