maio 03, 2011

Proença - Centro de Ciência Viva da Floresta recebeu visita carro solar

Holandesa Ingrid van der Boogaard iniciou no Verão passado
uma volta  ao mundo com objectivos artísticos e ambientais

Em 2006, a holandesa Ingrid van der Boogaard sonhou que andava à volta do mundo a conduzir um carro solar. Durante seis meses tentou arrumar e esquecer o sonho, mas a sua intensidade resistiu e acabou por tomar conta da artista. Foi para a internet e começou a pesquisar carros solares, até descobrir um investigador perto da cidade em que vivia. Começava uma aventura de construção e angariação de apoios que no Verão passado saiu da fase de projecto e permitiu que Ingrid se fizesse à estrada. Domingo o carro solar estacionou no Centro Ciência Viva da Floresta, passou pela festa de Moitas e mostrou-se a todos os visitantes interessados.
Mais do que um objectivo ambiental, a viagem de Ingrid van der Boogaard é definida como um projecto artístico. Baptizado “I am one world”, nasceu da ideia de que todos estamos ligados. “É um projecto que explora a sustentabilidade, a arte e até uma certa espiritualidade. A partilha, com as pessoas que vou encontrando, das coisas de que gosto”, explica.
Na bagagem estão instrumentos de percussão e uma guitarra flamenca. A viagem é fonte de inspiração para compor, para tocar com outros músicos que encontra, para fazer fotografias e vídeos. As produções vão sendo vendidas e são parte da fonte de rendimento para que a aventura possa continuar. Mas não chegariam se não houvesse muitos artistas e anónimos a apoiar o projecto. No carro estão inscritos nomes dos colaboradores que, a partir de um mínimo de 50 euros, se associaram a uma viagem permanentemente actualizada no sítio oficial, facebook e twitter.
O carro solar, com cinco painéis, está ligado a uma caravana com mais sete painéis. Dispõe de 17 baterias e atinge uma velocidade máxima de 25 km/hora. Um pequeno mostrador indica a carga disponível e quando é preciso parar. Às vezes o tempo menos luminoso força paragens mais longas e o Inverno chuvoso e cinzento já obrigou Ingrid van der Boogaard a alterar a sua ideia inicial. Em vez de uma volta contínua, irá fazer expedições aos vários continentes, que prevê demorarem entre cinco e dez anos. “De vez em quando volto à Holanda para rever família e amigos”, explica. Conduzir concentrada nos outros carros e no tempo, numa experiência em que “tudo é novo e intenso”, pode tornar-se cansativo e demasiado solitário. Razão pela qual Ingrid vai fazendo pausas, “de dias ou de semanas”, e explorando as terras com que se cruza. Em fim-de-semana de festa na Moita, não hesitou em levar o carro solar ao recinto. Os mais curiosos fizeram perguntas, mas foi sobretudo Ingrid que filmou e absorveu a luz da aldeia em tarde de festa. Para de novo seguir viagem, atrás do sonho que a lançou à estrada.
In: website do Município

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