abril 23, 2011

ARTISTA MIGUEL AGOSTINHO EM ENTREVISTA


Foi com a maior das disponibilidades que este nosso amigo aceitou falar da sua vida enquanto artista e homem. A sua simplicidade, alegria e capacidade de “dar baile” às pessoas mereceu da nossa parte a escolha para ser o entrevistado. Um artista a merecer este lugar de destaque

. Com que idade começaste a tocar?

Miguel Agostinho (MA) - O meu pai comprou-me um acordeão quando eu tinha 4 ou 5 anos. Foi por essa altura que comecei a tocar as primeiras notas.

. Teu pai foi decisivo na influência? Foi ele que te ensinou?

(MA) - Foi decisivo na influência sim, mas nunca me quis ensinar muita coisa. Como ele próprio aprendeu a tocar de ouvido e sem a orientação de nenhum mestre, não queria transmitir-me nenhum dos seus “vícios” na maneira de tocar. Também influentes foram o meu tio José Marques (actual acordeonista do Ranho folclórico de Oleiros) e o meu falecido avô António Agostinho.

. Lembras-te quando foi o teu primeiro espectáculo “a sério”?

(MA) - Foi um casamento em Oleiros, no salão dos Bombeiros Voluntários.

. Muita gente considera-te o “Quim Barreiros” desta região alargada, sentes que o teu estilo está próximo?

(MA) - Sim. O Quim Barreiros, como amigo pessoal e da família, teve desde sempre uma enorme influência em mim e na minha maneira de actuar. Dá-me imensos conselhos nesse sentido.

. Tens consciência que, quando actuas, está em palco uma simbiose de forte simpatia natural tua, com uma execução de boa música popular….

(MA) - Para ser sincero não penso muito nisso. Acima de tudo tento ser o mais natural e profissional possível. Quem me conhece fora dos palcos sabe que sou mesmo assim.

. Já actuaste em todos os concelhos nossos vizinhos, em que outros locais o fizeste?

(MA) - 95% das minhas festas são a menos de 01h30 de casa. Passo por diversos palcos de Norte a Sul e só não vou com mais frequência porque tenho sempre bastantes convites na nossa região e dou sempre prioridade à nossa gente porque foram eles que, no início, me deram a mão. Recebo também com regularidade convites para actuar do estrangeiro, alguns do próprio Quim Barreiros, mas não posso ir pela mesma razão.

. Tens uma média de quantos espectáculos anuais?

(MA) - Não sei ao certo, no ano inteiro costumo parar 4 ou 5 fins-de-semana.

. Já compuseste marchas para as Mougueiras, para a Cardosa e para a Casa do Benfica de Oleiros, esta com letra do prof. Fernando Dias. Mas os teus espectáculos são músicas de sucesso nacional ou tradicionais de Norte a sul do país. A criação de música própria não te atrai ou este modelo resulta sempre mais?

(MA) - Tenho as minhas composições, mas as músicas mais conhecidas resultam sempre melhor!

. Em termos de gravação já tens CDs e DVDs. Tens novidades proximamente?

(MA) - Tenho um trabalho na calha há já algum tempo, talvez o lançamento esteja para breve!

. Já faltou a luz quando actuavas em palcos. Que outra coisa engraçada ou anómala já aconteceu contigo?

(MA) - A situação mais caricata que já me aconteceu foi no Estreito quando o camião do conjunto, ao fazer uma manobra, quase derrubou o palco onde eu estava em plena actuação!!!

. Que tipo de música gostas mais de ouvir no youtube, CD ou DVD?

(MA) - Gosto de tudo o que seja tocado com dignidade mas os estilos musicais que mais aprecio são o electrónico, o latino, o rock, o tradicional e o pop.

. Miguel… e artistas?

(MA) - Os que mais admiro são, sem dúvida, o Jean-Michel Jarre, o Julio Iglesias e o Sting e… claro, tenho um carinho especial pelo Quim Barreiros!
Miguel, pai e avô (falecido) - uma família de "tocadores"

. Tens página no Facebook e comunicas com muitos amigos de grupos de amigos. Algumas, curiosamente, quando anunciaste com “muita graça” que o teu vinho se tinha estragado. Nessa altura houve mesmo quem se disponibilizasse para te dar metade do vinho que o pai tinha tido. Sentes-te feliz com toda esta juventude dos 15 aos 90 anos a gostarem de ti e das tuas actuações?

(MA) - É um enorme orgulho para mim ter um leque tão vasto de seguidores e amigos. É muito bom ver pessoas que valorizam a dedicação que tenho ao meu trabalho e que gostam da minha maneira de ser.

. A propósito… sabes dançar?

(MA) – (sorrindo) Muito mal!

Foto do artista da Cardosa (Oleiros) quando era ainda muito jovem mas que singrou pelo mundo artístico e, hoje, é o que todos conhecemos e aqui fica exposto em entrevista.








Agora, algumas “curtas” só para melhor conhecer “o homem” Miguel Agostinho.

. Nesta zona com pratos regionais característicos: cabrito, cabrito estonado ou maranho?

Maranho.

Data do nascimento? 8 de Outubro de 1977

Casado? Sim

Filhos? Uma filha.

Avós vivos? Avós maternos.

Onde vives? Castelo Branco

És religioso? Sim.

Foste bom aluno? Nunca gostei de estudar!

Habilitações literárias? 12º ano e Conservatório.

Qual é o teu sonho? Ser feliz e fazer os outros felizes

Clube? SL Benfica

Melhor doce? Mousse de café

Café ou descafeinado? Café

Melhor bebida? Vinho tinto

Há extraterrestres? Há, costumam aparecer por alturas do vinho novo!!

Como passar um bom momento? Com quem nos sentimos bem

És caçador? Não

Os problemas mundiais que atravessamos tocam-te interiormente?

Sigo sempre com atenção tudo o que se vai passado no mundo mas de todos os problemas o que mais me aflige é sem qualquer dúvida a pobreza.

Queres aproveitar este momento para deixares uma mensagem para todos os leitores, fãs e amigos?

Sim, quero. Agradeço a todos a simpatia e o apoio que me têm dado. Afinal, é por vocês que faço o que faço e é por vossa causa que continuo nesta vida. Obrigado a todos e até breve!

Obrigado Miguel pela entrevista que simpaticamente me deste e bons êxitos nos teus espectáculos.
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Entrevista realizada por Luís Mateus, para o “Jornal de Oleiros” e Blog “Olhar Oleiros”

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