junho 02, 2015

Criada legalmente a Confraria do Cabrito Estonado em Oleiros



 Momento da leitura da escritura e posse dos sócios fundadores

No passado domingo (dia 31 de maio) foi constituída, em Oleiros, a Confraria Gastronómica do Cabrito Estonado. A cerimónia teve lugar numa tenda gigante, situada no centro da vila, iniciando-se com a escritura pública. O ato solene foi testemunhado pelo muito público presente que não quis deixar de marcar presença neste dia histórico para o concelho e as suas gentes. Os catorze associados fundadores serão posteriormente, no I Capítulo desta Confraria, os seus digníssimos Confrades Fundadores. Presente no evento esteve também o consagrado ator Ruy de Carvalho, o qual aceitou o convite endereçado pelo Município para se tornar Confrade de Honra desta Confraria.
Dos catorze associados que tomaram posse, pessoas com responsabilidades na divulgação desta causa pelo seu entusiasmo ou pela sua entrega à causa pública, dez deles são os representantes dos restaurantes que anualmente, por altura da Páscoa, aderem ao Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Maranho. Têm tido um papel preponderante enquanto embaixadores desta causa e são eles os fiéis guardiães desta referência maior da matriz gastronómica Oleirense. A eles coube a missão de preservar saberes e defender sabores. Por esse motivo, a cada um o Presidente da Câmara Municipal de Oleiros, Fernando Jorge, entregou um diploma, assim como um avental que simbolicamente assinalará para sempre este acontecimento.
Durante o evento, todos os interessados em tornarem-se confrades efetivos desta Confraria, poderiam pré-inscrever-se no secretariado que existia no recinto para o efeito. Pretende-se que todos quantos queiram, possam fazer parte desta iniciativa que em tanto valorizará o Cabrito Estonado e a sua pátria: Oleiros.

Ruy de Carvalho e família

As origens desta especialidade Oleirense…
Das origens deste delicioso repasto Oleirense ouvem-se muitas histórias que através de relatos e experiências vão sendo passadas de geração em geração:
·        A primeira referência surge-nos num livro de culinária do Al-andaluz medieval que fala de um borrego estonado com óleo;
·        Em 1624, o missionário Oleirense António de Andrade, o primeiro ocidental a escalar os Himalaias e a chegar ao Tibete, nos relatos da sua expedição e abordando os costumes daquelas gentes, realça o facto de não esfolarem os carneiros e cabras que comem, mas antes comerem-nas com a pele chamuscada, tal como em Oleiros.
·        Já no séc. XIX, Alexandre Dumas descreve, deliciado, a experiência de comer um borrego preparado à moda do deserto, na Tunísia, também assado com a pele.
·        Corria o ano de 1961, quando no Concurso Nacional de Cozinha e Doçaria Portuguesa, promovido pelo SNI e a RTP, Oleiros se fez representar com o Cabrito Estonado, tendo Aura Martins Romão obtido o primeiro prémio na categoria Cozinha.
·        No mesmo ano e na sequência deste concurso, Aura Romão participou no programa de culinária da RTP de Maria de Lourdes Modesto.

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