Jovens dão sugestões de requalificação urbana
O parque urbano é, a par da escola,
o espaço de Proença-a-Nova em que os jovens se sentem mais seguros e
que elegem como preferido para os tempos livres. Outro destaque vai para
a biblioteca e campos de ténis, confirmando que os locais mais
frequentados se situam nas imediações da escola. As primeiras impressões
constam dos resultados intercalares colhidos por João A. Gonçalves, no
âmbito da iniciativa Cidadãos 2.0, um projeto de investigação sobre a
participação pública dos jovens, com origem na Faculdade de Engenharia
da Universidade do Porto, que escolheu Proença-a-Nova como um dos casos
de estudo.
A decorrer desde janeiro, a iniciativa (que localmente tomou o nome de Proença-a-Novos)
promoveu diversas sessões de debate e trabalhos, um safari fotográfico
urbano e visitas a pontos da vila em que os participantes são convidados
a dar sugestões de intervenção. As conclusões e propostas serão em
breve apresentadas à Câmara Municipal.
Embora classifiquem o parque urbano e a cafetaria como espaços modernos
e acolhedores, os participantes no estudo – alunos do 8º a 11º anos –
sentem falta de um espaço fechado mais informal que lhes seja dedicado.
Como seria esse espaço ideal? Teria pufes e sofás, música ambiente,
wireless, serviço de mesa, organização regular de eventos e a
possibilidade de ser palco de festas de aniversário.
Se a segurança, pacatez e facilidade de chegar a todo o lado a pé são
fatores positivos destacados pela generalidade dos adolescentes e
jovens, já a falta de variedade no comércio e a ausência de eventos
regulares são apontadas entre as características mais desfavoráveis.
Quanto a espaços a exigir mais atenção, elegem o parque Senhora das
Neves, a Devesa, o jardim de Santa Margarida e o Terminal Rodoviário.
As opiniões dos mais novos podem também ser relevantes no que diz
respeito a projetos em curso. Um exemplo é o facto de não valorizarem a
utilização da bicicleta, considerando que “seria esquisito” recorrer a
este meio de transporte e lazer, um dado a analisar numa fase em que
está a ser projetada a construção de uma ciclovia na 1ª Circular.
Curiosa é também a opinião dada sobre o circuito de manutenção existente
nesta via: é considerado demasiado exposto, causando “desconforto” na
utilização.
“Mais do que a quantidade de informação muito relevante que se tem
recolhido (e que penso poder dar boas indicações à Camara Municipal),
importa destacar a postura responsável e construtiva dos participantes”,
destaca João Gonçalves. “Têm dado ideias de forma criativa, mas muito
realista, ao serem também capazes de sugerir melhorias através de
pequenas intervenções. O projeto tem confirmado a minha ideia de que
estes jovens cidadãos se interessam e podem dar um contributo positivo à
comunidade”.
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