Seminário promovido pelo NERCAB apresentou exemplos
de áreas inovadoras de negócio e incentivos ao investimento
A floresta oferece oportunidades de negócio, mas só haverá investimento
quando os produtores sentirem que têm possibilidade de retorno
financeiro regular e mais rápido do que com os ciclos de corte da
madeira. O alerta foi várias vezes lançado no seminário “Uma floresta de
oportunidades”, promovido quarta-feira pelo NERCAB no Centro Ciência
Viva da Floresta, em Proença-a-Nova. Além de uma sessão centrada nos
incentivos e financiamentos ao investimento, foram apresentados exemplos
de empresas ou associações que exploram diferentes recursos oferecidos
pela floresta.
Se áreas como a produção de pasta de
papel são já publicamente conhecidas,
outros dos exemplos apontados surpreenderam os participantes. Foi o caso da “Organic Nature”, apresentada por Ricardo Lopes, que promove a colheita de produtos como os cogumelos, frutos silvestres e plantas aromáticas e medicinais. “Começamos a ter recursos para explorar quase o ano inteiro”, afirmou Ricardo Lopes, sublinhando que apesar de terem um peso económico relativo são produtos que “podem alterar as contas da rentabilidade da floresta”.
outros dos exemplos apontados surpreenderam os participantes. Foi o caso da “Organic Nature”, apresentada por Ricardo Lopes, que promove a colheita de produtos como os cogumelos, frutos silvestres e plantas aromáticas e medicinais. “Começamos a ter recursos para explorar quase o ano inteiro”, afirmou Ricardo Lopes, sublinhando que apesar de terem um peso económico relativo são produtos que “podem alterar as contas da rentabilidade da floresta”.
O turismo de natureza, que representa 10
a 12% da globalidade do turismo a nível nacional, e a apicultura são
outros exemplos de sectores associados à floresta que podem ganhar
dimensão. Nelson Antunes, da Meltagus (Associação de Apicultores do
Parque Natural do Tejo Internacional), sublinhou haver produtos muito
mais atractivos do que o mel, como o pólen, a geleia real ou o resíduo
seco. “A coisa que menos dinheiro dá numa colmeia é o mel.”
No encerramento do seminário, o
presidente da Câmara de Proença-a-Nova destacou que os problemas da
floresta começaram quando deixou de haver rentabilidade e defendeu ser
necessário valorizar componentes que hoje não são tidas em conta, como o
sequestro de carbono ou a preservação da biodiversidade. “Não se trata
de colocar uma cancela à entrada de cada propriedade”, explicou João
Paulo Catarino, mas de conseguir que “a sociedade tome consciência de
que tem de pagar os benefícios que extrai da floresta” e que o poder
político tenha coragem de decidir nesse sentido.
Pela proximidade que tem das populações,
particularmente em zonas desertificadas, “é o poder local que tem de
sustentar muito do esforço de dinamização dos produtores”, considerou
Fernando Delgado, da Direcção Regional da Agricultura da Beira Interior.
Até porque o associativismo no sector encontra muitos obstáculos,
alertou José Bernardino, da Unidade de Gestão Florestal do Pinhal
Interior Sul: “É necessário dar dimensão à gestão e aumentar as
produtividades”.
Sem comentários:
Enviar um comentário