“Eles
comem tudo
Eles
comem tudo, eles comem tudo
E
não deixam nada”
Durante as primeiras semanas que
estive em Oleiros era o tempo das cerejas (ainda existem algumas). Temos
algumas cerejeiras e outras já enxertadas para o futuro próximo com qualidades
variadas. Mas uma das que não se queimou com a geada deu caixas e caixas de
cerejas este ano e situa-se junto à casa da Célia no Banhado. Os gaios (pássaros fortes e bonitos) não deixavam a árvore e parecia que
ainda se zangavam comigo quando eu queria apenas apanhar algumas. Chegámos a estar
juntos na mesma árvore e parece que eles tinham perdido a vergonha perante mim.
Elas chegaram, para nós e para eles,
tantas e grossas que eram, mas já tomámos uma decisão importante: plantar mais
árvores destas, de variedades diferentes e, algumas, junto aos pinheiros para
que eles comam à vontade. “Se os não
podes vencer, junta-te a eles” e para isso também contribuiu o ensinamento
da minha tia Camila da Alverca que colocava comida às galinhas a contar já com
imensos pardais que também vinham comer à capoeira. Dizia ela: “coitados, eles
também precisam de comer e às vezes não encontram. E para as aves que só vêm cá
procriar no verão temos de ser hospitaleiros”.
Agora já faço como ela. Porque
não contribuir e deixar que eles encham a barriga e andem felizes por ali perto
de nós. Vamos aprendendo estas pequenas lições.
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