julho 19, 2013

Perder a guerra com os gaios? Por vezes sim


“Eles comem tudo

Eles comem tudo, eles comem tudo

E não deixam nada”

Durante as primeiras semanas que estive em Oleiros era o tempo das cerejas (ainda existem algumas). Temos algumas cerejeiras e outras já enxertadas para o futuro próximo com qualidades variadas. Mas uma das que não se queimou com a geada deu caixas e caixas de cerejas este ano e situa-se junto à casa da Célia no Banhado.  Os gaios (pássaros fortes e bonitos) não deixavam a árvore e parecia que ainda se zangavam comigo quando eu queria apenas apanhar algumas. Chegámos a estar juntos na mesma árvore e parece que eles tinham perdido a vergonha perante mim.
Elas chegaram, para nós e para eles, tantas e grossas que eram, mas já tomámos uma decisão importante: plantar mais árvores destas, de variedades diferentes e, algumas, junto aos pinheiros para que eles comam à vontade. “Se os não podes vencer, junta-te a eles” e para isso também contribuiu o ensinamento da minha tia Camila da Alverca que colocava comida às galinhas a contar já com imensos pardais que também vinham comer à capoeira. Dizia ela: “coitados, eles também precisam de comer e às vezes não encontram. E para as aves que só vêm cá procriar no verão temos de ser hospitaleiros”.
Agora já faço como ela. Porque não contribuir e deixar que eles encham a barriga e andem felizes por ali perto de nós. Vamos aprendendo estas pequenas lições.

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