ENTREVISTA
Fernando Freire é o
candidato à Presidência da Câmara de Vila Nova da Barquinha na lista do Partido
Socialista nas próximas eleições autárquicas a 29 de setembro. Estamos praticamente a dois meses desse dia e menos para a respetiva campanha que decorrerá de 17 a 27
desse mês. O candidato tem vindo a
desempenhar as funções de Vereador e, pela
forma exemplar como tem assumido o papel de autarca, não me surpreendeu
esta candidatura. Impõe-se, assim, abordar Fernando Freire para registar os
principais destaques e a satisfação do próprio enquanto dever cumprido no
cumprimento do seu dever e de peito aberto para ser julgado pela população
do concelho.
Pergunta: Em que áreas situas mais concretamente a tua ação de autarca no pelouros que foram (e ainda são) da tua responsabilidades?
Primeiro de tudo o
meu bem-haja por me dares a oportunidade de transmitir aos meus conterrâneos o
pulsar de outra terra onde partilho os caminhos da vida. Recordo que sai de
Oleiros em Janeiro de 1981 para ingressar na Força Aérea, onde fiz a minha
carreira militar. A minha história, a partir de 1990, tem sido feita afastada
de Oleiros mas em todos os lados digo, como muita honra, que sou de Oleirense,
terra onde germinei, aprendi, partilhei, e onde tenho amigos eternos.
A minha presença em
Vila Nova da Barquinha é consequência do meu casamento com a barquinhense
Isabel, em 1988. Desta relação duradoura, este ano celebrámos 25 anos de
casamento, e de vivência nesta terra nasceu o meu único filho Miguel,
actualmente com 20 anos e estudante do ensino superior.
Ligado à tua pessoa
quero aqui deixar uma breve referência a uma munícipe de Vila Nova da
Barquinha, Cecilia Rodrigues, oficial da Armada, mestre em Estatística, que
sabendo que eu era oleirense me questionou se te conhecia. Curioso quis saber
de tão imprevista questão. A resposta foi técnica: “Porque o Luis foi o meu
melhor professor de Matemática!”.
Após este pequeno
preâmbulo, que me perdoarás, e respondendo directamente à tua questão as áreas
mais sensíveis são, claramente: a Acção social e IPSS´s, a Educação, as
Colectividades e a Cultura. Porém, não posso olvidar que, também, tenho
responsabilidade nas de gestão, manutenção e modernização de equipamentos
educativos, culturais e desportivos, no desenvolvimento de projectos
educativos, na animação e gestão de projectos culturais, na defesa e
valorização do património, no turismo, nas bibliotecas, no arquivo e nas
edições Municipais, nos transportes escolares e transportes urbanos, nas
geminações, no património municipal, na universidade sénior, nos projectos de
fundos comunitários e coordenação dos serviços jurídicos.
P - Uma das características que se pode evidenciar é a
dinamização no trabalho da informação, que é sempre fundamental e que assumiste
decididamente através dos diversos meios à disposição. A Barquinha esteve
diariamente na comunicação social e na internet, aproveitando programas como o
Facebook como suporte. Fala-nos desta tua aposta que, na maior parte dos casos foi
assumida mesmo por ti.
Num município com escassos recursos
económicos importa relevar que o nosso gabinete de Comunicação tem só um único
técnico, aliás, um notável profissional.
Face às inúmeras
atividades desenvolvidas pelo Município importa promovê-las e dar a
conhecê-las. Para além do envio de informação aos meios de comunicação social,
do site do Município, dos sites de cada projecto, das SMS, dos email´s, no meu
mandato privilegiámos, essencialmente, duas ferramentas: o Facebook, uma rede
social que diariamente usamos para promover os nossos eventos e serviços
disponíveis à população e o YouTube onde carregamos e partilhamos vídeos dos
nossos monumentos e dos acontecimentos mais relevantes deste concelho.
Importa perceber que
a democratização da Internet e o desenvolvimento dos instrumentos de informação
de que dispomos implicou uma revolução estrutural. Hoje, devemos estar nas
redes sociais porque é aí que nasce a arte e prática de bem governar. Estar atento para replicar no tempo exacto ao
escrutínio e à crítica será sempre uma mais-valia para qualquer autarca.
P - Indica-me alguns dos projetos significativos em
que te envolveste e que achas que os munícipes e nalguns casos os
portugueses beneficiaram ou beneficiam
dessas apostas.
Durante este mandato
tive o privilégio de participar em projetos que jamais vou esquecer como são
exemplo o Campeonato nacional de Corta Mato, a criação da Escola Municipal de
Futebol (formação), a construção do Parque Desportivo Municipal, a construção
da Escola D. Maria II, a construção da Escola Ciência Viva, o projecto turismo
militar em parceria com o Exército e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT)
etc.
Todavia, relevo os
projectos mais significativos em que fui parte activa:
Centro
Integrado de Educação em Ciências da Escola Ciência Viva de Vila Nova da
Barquinha (VNB). Site: http://www.ciec.vnb.pt/
Esta Escola emergiu no contexto do Programa Nacional de Requalificação da Rede Escolar do 1º Ciclo do Ensino Básico (CEB) e do Pré-escolar. O Programa visava a requalificação e modernização do Parque Escolar do 1º CEB e da Educação Pré-Escolar, promovendo a utilização de edifícios escolares dotados de elevada qualidade arquitetónica e funcional, que possibilitassem um eficaz reordenamento da rede educativa e contribuíssem para a melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos. Esta foi uma das iniciativas contempladas no Programa Educação 2015 do Ministério da Educação, através do qual Portugal assumiu prioridades educativas internacionais, tais como: i) a melhoria da qualidade da educação e da formação de professores; ii) a melhoria da qualidade das aprendizagens dos alunos; iii) a valorização das escolas públicas; iv) a promoção da educação ao longo da vida e v) o reforço da investigação científica. Neste contexto, a Autarquia de VNB teve como iniciativa desenvolver em parceria com a Universidade de Aveiro (UA), o projeto de uma escola do 1º CEB assente em orientações provenientes da atual investigação em Educação. Esta escola foi inaugurada em Abril de 2012, tendo sido assinado um protocolo conjunto entre o Agrupamento de Escolas D. Maria II de VNB, o Município de VNB, a Universidade de Aveiro e a Agência Nacional Ciência Viva. No âmbito do projeto desta escola emergiu o Centro Integrado de Educação em Ciências (CIEC), Este espaço contribui para a promoção do desenvolvimento da literacia científica dos seus visitantes disponibilizando, para tal, vários módulos temáticos e diversas atividades no domínio das ciências. Este projeto inovador de escola, que integra um espaço de educação não formal num espaço de educação formal, facilita uma abordagem integrada das ciências, desde a primeira infância e ao longo da vida que favorece não só as crianças da Barquinha como de outras regiões.
Tem sido frequentada
por professores e alunos de vários pontos do país dinamizando assim o
território e a região.
Tive o grato
privilégio de acompanhar o pessoal docente e discente, dos jardins-de-infância
de Oleiros, aquando da sua visita de estudo a Vila Nova da Barquinha.
Projeto
“Parque de Esculturas Almourol (PECA)”.
Site: http://www.barquinhaearte.pt/
O Mercado das Artes tinha como objectivo apresentar um
conjunto
integrado de operações de valorização ambiental, patrimonial e urbana com incidência territorial no centro urbano da Vila e na frente ribeirinha adjacente que configurava uma candidatura ao Instrumento de Política Parcerias para a Regeneração Urbana, integrado no Eixo 2 – Desenvolvimento das Cidades e dos Sistemas Urbanos do Programa Operacional Regional do Centro. Entre aquelas operações destacou-se o projecto “Esculturas no Parque”, o qual se constituiu como um projecto de referência nacional. O objectivo foi dinamizar o tecido económico e urbano de Vila. Aqui foi implementada uma colecção permanente de esculturas (de Ângela Ferreira, Carlos Nogueira, Cristina Ataíde, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Xana e Zulmiro de Carvalho) que enriquecem todo o elemento circundante, a água, o rio Tejo e a Galeria de Arte.
integrado de operações de valorização ambiental, patrimonial e urbana com incidência territorial no centro urbano da Vila e na frente ribeirinha adjacente que configurava uma candidatura ao Instrumento de Política Parcerias para a Regeneração Urbana, integrado no Eixo 2 – Desenvolvimento das Cidades e dos Sistemas Urbanos do Programa Operacional Regional do Centro. Entre aquelas operações destacou-se o projecto “Esculturas no Parque”, o qual se constituiu como um projecto de referência nacional. O objectivo foi dinamizar o tecido económico e urbano de Vila. Aqui foi implementada uma colecção permanente de esculturas (de Ângela Ferreira, Carlos Nogueira, Cristina Ataíde, Fernanda Fragateiro, Joana Vasconcelos, José Pedro Croft, Pedro Cabrita Reis, Rui Chafes, Xana e Zulmiro de Carvalho) que enriquecem todo o elemento circundante, a água, o rio Tejo e a Galeria de Arte.
A Fundação
EDP assumiu aqui um papel primordial, pois detém a responsabilidade pela
orientação técnica e cientifica colabora no comissariado e na Programação do
Parque e da Galeria. É a ela que cabe definir, nomeadamente, a lista de obras,
o conceito da exposição e seu conteúdo, desenho de montagem, assim como
coordena a instalação de trabalhos e montagem das exposições que, como é
público e notório, têm relevância nacional, de que é exemplo a nomeação de
“Prémio de Artes Plásticas de 2012", da Sociedade Portuguesa de Autores
(SPA). Na sequência da instalação do PECA foi possível abrir a loja/posto de
turismo e recuperar, por privados, edifícios degradados onde em breve vão ser
criados alojamentos turísticos com 29 camas.
Outrossim, este projeto permitiu instalar, em edifício
autónomo, o Centro de Estudos de Arte Contemporânea e uma residência temporária
para artistas. Em parceria com o IPT cerca de 7 dezenas de alunos frequentam
atelier´s de pintura, teatro, marionetas, fotografia e vídeo. Os ateliers do CEAC
são já uma referência regional na panorâmica das artes e já estão a dar os seus
frutos com a participação em exposições regionais e com a realização de
espetáculos.
P - Partes para a campanha com a determinação de
querer ganhar as eleições?
Tive o grato
privilégio de trabalhar ao lado do Presidente, Miguel Pombeiro, nos últimos
quatro anos que por impedimento legal não se poderá recandidatar. Conheço os
actuais projectos, como se estão a desenvolver e para onde vão.
A generalidade dos
munícipes sabe o meu percurso pessoal como militar, advogado e membro das
instituições.
Desde que se tornou
pública a minha candidatura tenho recebido muitos incentivos e apoios de todos
os quadrantes políticos. Fazem parte das minhas listas anteriores candidatos de
outros partidos, logo, parto determinado e confiante para vencer as eleições e
tudo farei para responder às expectativas de todos os munícipes.
P - Quais são as linhas fundamentais da
candidatura PS para a Barquinha?
As linhas fundamentais da minha candidatura são: Acção social, educação, colectividades, cultura, desenvolvimento económico e progresso local para combater o flagelo do desemprego.
P - Até que ponto consideras que o desgaste do Governo pode prejudicar as
candidaturas do PSD nestas autárquicas?
Tenho duas visões para a questão. Quando falamos em territórios urbanos ou periféricos a conduta do actual governo terá reflexo nos actos eleitorais, ademais pelas menos verdades que asseverou antes das eleições e que depois, no Governo, fez precisamente o contrário. Os eleitores citadinos não vão perdoar essa atitude contraditória. Questão diferente será nas restantes zonas, onde está incluído Oleiros. Aqui, a proximidade, os afectos e o exemplo dos candidatos, (e da sua equipa), são referência e permanecem na memória aquando da votação.
P - Especialmente o PS pode vir a beneficiar desta situação?
Poderá, mas em eleições não existem
vitórias antecipadas. Neste momento, futebolisticamente falando “está zero a
zero”. Não basta jogar melhor pois num lance fortuito a equipa adversária
poderá ganhar o encontro.
P - Como te descreves?
Católico, imparcial, ambicioso, entusiasta, honesto e trabalhador.
P - Que valores são para ti sagrados ou muito admiras?
Os valores: firmeza, lealdade, altruísmo, coragem, honestidade, companheirismo, liberdade e justiça.
P - Há muitos candidatos que estão a apresentar
somente listas de obras a fazer (neste momento poucas devido à crise) mas
parece que não se preocupam com uma visão de inter-concelhos ou regiões. O que
pensas sobre este tema de abrir cada vez mais as fronteiras concelhias.
Como membro da
Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo (actualmente com 11 concelhos, mas
brevemente com 13 concelhos, com a
inserção de Vila de Rei e Sertã) tive o
grato prazer de fazer uma conferencia no Instituto Politécnico de Tomar sobre o
tema ““O Médio Tejo e o Empreendedorismo”. Acho que ninguém tem dúvidas que
qualquer concelho que se queira afirmar hoje em dia precisa de pensar de forma
integrada o território. A integração e os desafios da EU no QEC 2014-2020 irão
colocar-nos seriamente à prova numa adaptação ao território segundo critérios
de competência. A modalidade cooperação intermunicipal através das Comunidades
Intermunicipais tem inúmeras vantagens: quer ao nível da eficiência, da articulação dos investimentos de interesse
supramunicipal, na coordenação de actuações entre os municípios e os serviços
da administração central em domínios como o planeamento estratégico regional, na racionalização dos recursos
humanos, na uniformização de procedimentos, na criação de economias de escala,
na partilha de experiências, etc.
Todos ganhámos se
agirmos em posição comum e, essencialmente, o interesse público.
Deixa uma mensagem aos eleitores do concelho.
A actualidade, exibe
hoje um grau de dúvida e acaso que nos parece falar e remeter para um futuro
vacilante e algo inseguro. O tempo social, o tempo político e o tempo
internacional, parafraseando o Prof. Adriano Moreira, interagem de forma muito
profunda e intensa. As pessoas estão preocupadas e desconfiadas nestes novos
tempos. Em períodos árduos como estes importa privilegiar políticas firmes e
características de verticalidade para quem vai governar os destinos do concelho
de Oleiros. A perda de identidade cultural e a ausência de respostas sociais,
serão, certamente, motivos de migração e de desertificação da nossa terra.
As pessoas devem
olhar para o exemplo dos candidatos, a sua honestidade, o seu envolvimento
social, o seu empenho e o seu empreendorismo. Estas são as bases sólidas para
uma relação de confiança e de sucesso e, certamente, para um futuro melhor para
todos os oleirenses.
Quem
é o candidato?
Filho de Maria dos Santos e António
Freire, já falecidos, e que residiam em frente ao Mercado Municipal.
Tem 2 irmãos, José Freire, de 68 anos e
Acácio Freire com 70 anos de idade.
Em Oleiros frequentou a escola primária
tendo como professores Gracinda Romão, Francisco Matos e Norlinda Matos.
Ingressou no Seminário de Beja onde
concluiu o 5.º ano dos liceus.
Foi trabalhador da firma Família
Eletromóveis de Ramos & Ramos, Lopes Lda.
Foi Bombeiro de 3.ª classe da Associação
dos Bombeiros Voluntários de Oleiros tendo por Comandante o saudoso Alvaro
Ferreira de Matos.
Ingressou na Força Aérea, BA3 em Tancos,
Vila Nova da Barquinha, em Janeiro de 1981.
Foi sócio fundador da ARCOleiros,
jogador do Águias do Moradal e do Sertanense.
A sua carreira militar foi feita no
Estado-Maior da Força Aérea, em Alfragide.
Em 1993, licenciou-se em Direito pela
Faculdade de Direito de Lisboa e, em 1995, concluiu a Pós Graduação em Estudos
Europeus pela mesma Faculdade.
É militar da Força Aérea na situação
reforma.
É advogado.
É vereador da Cultura da Câmara
Municipal de Vila Nova da Barquinha.
É vogal do Conselho de Administração da
Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte (ADIRN).
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