Continua patente, até 2 de junho, a exposição "pedra que rola não cria limo" na Galeria do Parque - Edifício dos Paços do Concelho de Vila Nova Barquinha
Exposição de Pedro Valdez Cardoso
Horário:
Quarta, quinta e sexta-feira das; 11:00 às 13:00, 14:00 às 18:00
Sábado e domingo das; 14:00 às 19:00
Encerra à segunda e terça-feira
Quarta, quinta e sexta-feira das; 11:00 às 13:00, 14:00 às 18:00
Sábado e domingo das; 14:00 às 19:00
Encerra à segunda e terça-feira
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"Do
catálogo, com texto do comissário da exposição João Pinharanda
(Fundação EDP) destacamos alguns excertos: "Pedro Valdez Cardoso
estabelece uma relação sistemática e surpreendente quer com a História
da Arte (e da escultura, em particular) quer com a História política e
das ideologias. (...)
No conjunto de peças aqui apresentado o artista confronta-nos com a ilusão de perenidade que a ideia de Monumento durante séculos se esforçou por consolidar e transmitir. Combatendo o esquecimento e a Morte, a desagregação e a ruína os múltiplos actores dos múltiplos Poderes públicos sinalizam o seu corpo físico e ideológico desejando perpetuá-lo no Tempo. Tatuagens e fardamentos, cores, bandeiras e estandartes, armas, brasões e troféus, estátuas, estelas funerárias e mausoléus, relíquias dos heróis ou dos saques são elementos que integram todos os discursos de perpetuação do Poder nos tempos, nos lugares, nas consciências individuais e das comunidades, desejando integrar e absorver o Diverso para o tornar Uno. Ora, Valdez Cardoso, centrando o discurso orientador destes trabalhos na multiplicidade de entendimentos das chamadas artes primitivas ou “primeiras”, explorando as suas relações (também altamente variáveis) com a situação política colonial/pós-colonial e com a situação artística moderna/pós-moderna (...) põe em causa tal ilusão de perenidade mostrando como todo o desejo de rigidez amolece, como todo o desejo de fusão se desagrega como todo o projecto de eternidade acaba em ruína.
(...) As espadas são de brincar, os troféus de guerra e caça são forrados de tecidos decorativos, os tesouros são de plástico, os brasões desenham-se em superfícies picadas e rasgadas, a fragilidade toma conta do conjunto das peças. (...) estas obras são versões contemporâneas de Vanitas clássicas, onde toda a Glória humana é proclamada efémera. Através delas, Pedro Valdez Cardoso confronta-nos também com a nossa fragilidade individual, com a instabilidade dos nossos valores e códigos comportamentais, com a inevitabilidade de um Fim que nunca poderemos controlar, com a inútil exibição da Vaidade."
No conjunto de peças aqui apresentado o artista confronta-nos com a ilusão de perenidade que a ideia de Monumento durante séculos se esforçou por consolidar e transmitir. Combatendo o esquecimento e a Morte, a desagregação e a ruína os múltiplos actores dos múltiplos Poderes públicos sinalizam o seu corpo físico e ideológico desejando perpetuá-lo no Tempo. Tatuagens e fardamentos, cores, bandeiras e estandartes, armas, brasões e troféus, estátuas, estelas funerárias e mausoléus, relíquias dos heróis ou dos saques são elementos que integram todos os discursos de perpetuação do Poder nos tempos, nos lugares, nas consciências individuais e das comunidades, desejando integrar e absorver o Diverso para o tornar Uno. Ora, Valdez Cardoso, centrando o discurso orientador destes trabalhos na multiplicidade de entendimentos das chamadas artes primitivas ou “primeiras”, explorando as suas relações (também altamente variáveis) com a situação política colonial/pós-colonial e com a situação artística moderna/pós-moderna (...) põe em causa tal ilusão de perenidade mostrando como todo o desejo de rigidez amolece, como todo o desejo de fusão se desagrega como todo o projecto de eternidade acaba em ruína.
(...) As espadas são de brincar, os troféus de guerra e caça são forrados de tecidos decorativos, os tesouros são de plástico, os brasões desenham-se em superfícies picadas e rasgadas, a fragilidade toma conta do conjunto das peças. (...) estas obras são versões contemporâneas de Vanitas clássicas, onde toda a Glória humana é proclamada efémera. Através delas, Pedro Valdez Cardoso confronta-nos também com a nossa fragilidade individual, com a instabilidade dos nossos valores e códigos comportamentais, com a inevitabilidade de um Fim que nunca poderemos controlar, com a inútil exibição da Vaidade."
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