novembro 26, 2012

Proença utiliza método inovador na plantação de árvores

E QUEM SABE, SABE
TRATA-SE DE UM MÉTODO INOVADOR

Falar em árvores inoculadas com um fungo micorrízico pode parecer algo estranho ou difícil de perceber, mas de certeza que entende de imediato o que está em causa traduzindo por miúdos: ontem e hoje estão a ser plantadas num terreno municipal cerca de 800 árvores com cogumelos “injetados” nas raízes, no âmbito de um projeto de investigação desenvolvido pela Universidade Católica do Porto, que conta com o apoio do Centro Ciência Viva da Floresta e da Câmara de Proença-a-Nova.

Qual o objetivo desta técnica? Albina Franco, uma das investigadoras que integra a equipa, explica que os fungos formam “como que uma armadura à volta das raízes”, contribuindo para prevenir possíveis pragas. Outra das vantagens é o facto de penetrarem o solo à procura de água, sendo importantes para o crescimento mais saudável e rápido da floresta em locais com alguma escassez de água ou em solos pobres devido a incêndios ou abuso de pesticidas.


Das 800 árvores plantadas, cerca de 500 são pinheiros bravos e 300 sobreiros. Os primeiros foram inoculados com cogumelos não comestíveis, enquanto nos sobreiros a espécie escolhida é adequada para consumo humano. Como destaca Albina Franco, esta técnica promove a biodiversidade e pode contribuir também para a maior rentabilidade da floresta, permitindo em simultâneo o aproveitamento dos cogumelos e da madeira.

Coordenado por Paula Castro, o projeto está em curso desde 2004 e a plantação mais antiga foi feita no ano seguinte, na Serra da Cabreira. Desde então têm vindo a ser monitorizados resultados, tanto ao nível da resistência dos fungos como do desenvolvimento das árvores. “Embora ainda seja cedo, temos já alguns indicadores que apontam para um aumento do ritmo de crescimento das árvores”, conclui Albina Franco.

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