Até final de julho estão patentes no Centro Ciência
Viva da Floresta 25 desenhos que aliam ciência e arte
Fernando Correia começou por dedicar-se à investigação em biologia, mas o gosto pelo desenho foi ganhando força e encontrou uma forma de conseguir juntar os dois campos: a ilustração científica, “um híbrido entre a arte e a ciência”. Até final de Julho, estão expostas no Centro Ciência Viva da Floresta 25 ilustrações da sua autoria, com grande diversidade temática, que incluem tanto algumas espécies representativas do concelho de Proença-a-Nova como plantas raras endémicas dos Açores.
“A ciência não sobrevive por si só. É preciso comunicar ciência e esta é uma forma de o fazer e também de a divulgar”, sublinhou Fernando Correia na inauguração da exposição, que decorreu no sábado. Desenhar correctamente uma planta ou o seu ciclo de vida implica conhecê-la em pormenor, enquadrá-la nas espécies existentes a nível nacional ou conhecer as suas relações com os animais e meio envolvente. “Consulto investigadores e faço a minha própria investigação”, explica o biólogo. A partir de 1998, Fernando Correia arrumou a um canto tintas e lápis e passou a recorrer ao computador. Começa sempre com um esboço feito a lápis de grafite, que é digitalizado. Utilizando o programa Photoshop, aplica sucessivas camadas de cor, para criar a plasticidade cromática e ilusão de volumetria das ilustrações finais.
Entre os desenhos expostos, alguns entram já no campo da infografia, com pequenos apontamentos em texto que complementam a informação visual e com a descrição completa do ciclo biológico. “A fotografia não serve para tudo. Um desenho é uma imagem trabalhada e selectiva, que permite criar momentos de enfoque e eliminar a informação visual que possa distrair a atenção sobre o que é a mensagem a transmitir”, destaca o ilustrador.
Vitor Bairrada, do Centro Ciência Viva da Floresta, recordou que o projecto “Um bosque perto de si”, em que está envolvida uma turma do Instituto de S. Tiago, tem permitido aos alunos uma aproximação à ilustração científica. “É uma forma descontraída de proporcionar a apreensão de conhecimentos sobre as espécies”, sublinha.
Além de cursos de curta duração que dinamiza um pouco por todo o país, Fernando Correia irá coordenar, a partir de Setembro, uma pós-graduação em ilustração científica na Universidade de Aveiro. Nela, além de renomados profissionais portugueses, participam também professores do Brasil, que se destacam na ilustração botânica, fomentada pela ligação à floresta amazónica.
- site do Minicípio
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