A
organização deste evento no Concelho de Vila Nova da Barquinha tem como
temática principal a discussão sobre estratégias de investimento do
poder local em actividades culturais e turísticas, dando ainda espaço à
mais-valia proporcionada pela implantação do Ensino Superior Politécnico
no Médio Tejo.
O
título desta terceira ronda, que se mantém como marca PRAXIS, sugere a
abertura para o diálogo, discussão e troca de ideias relativamente às
oportunidades e aos desafios que nos são colocados actualmente.
A
oportunidade que proporcionou a realização deste Colóquio deve-se às
óptimas relações que o Centro de Pré-História do Instituto Politécnico
de Tomar tem com a edilidade, na pessoa do seu Presidente, que
gentilmente acedeu ao repto de ser também parceiro organizador.
O
desafio que nos colocamos implica a discussão acerca das “boas
práticas” culturais, não de forma pontual e diletante, mas de forma
integrada, aglutinando os intervenientes dinâmicos e participativos do
Médio Tejo.
Quando
falamos acerca da implementação de políticas culturais em ordem ao
desenvolvimento de cidades de pequena dimensão tendemos a valorizar a “centralização”
das estratégias urbanísticas, com especial destaque para o sector
terciário, promotor de transformações qualitativas com um pendor
simbólico em domínios de cariz histórico ou ambiental.
Neste
contexto, a natural competitividade entre cidades e o investimento
individualizado nas suas marcas promovem a vantagem comparativa das
actividades culturais.
Estas cumprem a sua missão ao democratizarem o acesso ao património e ao procederem à divulgação “extra-fronteiras”, fazendo emergir no “mapa-mundi cultural” territórios esquecidos ou tendencialmente marginais. Este processo cultural dinâmico proporciona a inserção das cidades em “territórios-teia” interagindo na escala dos sub-sistemas urbanos e rurais.
O “fatalismo”
que marcou durante décadas a promoção da Cultura nas cidades de pequena
dimensão, suportado pela dimensão populacional e pelo dinamismo
demográfico e sócio-económico está, nos dias de hoje, ultrapassado.
As
novas gerações de edis tiram partido das experiências baseadas em
estudos de caso e implementam novas estratégias em termos de políticas
urbanas e rurais.
Assistimos
hoje à progressiva desterritorialização das actividades culturais,
forçando à diluição da polarização realizada em torno dos grandes
centros urbanos, facilitando assim a rápida acessibilidade à escala
europeia.
Contudo, as dificuldades não podem ser escamoteadas.
A
inovação e criatividade são introduzidas através das novas tecnologias
da comunicação e dos suportes electrónicos multimédia. Esta realidade
tem uma consequência unívoca que, colocada nos pratos da balança, só
poderá ser interpretada como positiva ou negativa em função do retorno
dos estudos métricos das audiências.
Esta consequência tem um impacto decisivo e paradigmático em contextos físicos e territoriais específicos.
Os
desafios actuais privilegiam a existência de plataformas mínimas que
determinam a disponibilização das actividades no plano demográfico, de
infra-estruturas, de recursos humanos qualificados e, necessariamente,
de recursos financeiros. Privilegiam ainda a introdução das actividades
culturais numa lógica de mercado (com suporte em entidades privadas,
públicas e europeias) procurando a rentabilização das mesmas através do
recurso a disciplinas específicas como o Turismo ou a Museologia.
As oportunidades de sucesso das cidades de pequena dimensão podem passar pela completa integração na estrutura “reticular” dos sistemas urbanos e rurais e pela utilização de poderosos e audazes instrumentos de marketing territorial.
Esta fórmula proporcionará a passagem de testemunho geracional através do impacto no investimento em variados “universos culturais e patrimoniais”, aumentando exponencialmente o grau de atractividade relativamente aos meios exógenos.
É neste contexto que entendemos actual esta reunião em torno da Relação Umbilical entre o Turismo e a Cultura.
Fonte: Município de VN Barquinha e "Médio Tejo"
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