No passado dia 14 de Dezembro 2013 foi feita a apresentação
do livro"O Pinguim Pingalim e o Leão Tião"
de Lurdes Breda no auditório da Casa
de Goa, em Lisboa, tendo-se respirado, do princípio ao fim, cultura, mas acentuadamente
numa das suas formas mais ricas, a interculturalidade.
A ilustradora do bonito livro foi Manuela Rocha cujo trabalho representa a sua defesa de tese de
mestrado, mostrando inclusivamente os originais de todos os desenhos incluídos
no livro. Explicou como conseguiu o binómio Manuela Rocha/Lurdes Breda e como
as duas acabaram por produzir uma obra que não se confina à escrita e
ilustração já que João Conde musicou e concebeu, muito bem o audiolivro que vem
integrado no próprio livro.
Lurdes Breda, escritora de vários livros já editados,
desdobrava-se de forma impressionante pela Casa e nas alternadas intervenções
explicativas para que tudo corresse bem.
Parecia que tudo decorria informal, mas as adaptações que tiveram de ser
feitas (por razões de cumprimento de horários dos vários amigos da Lurdes) até
parecia que tudo teria sido assim combinado. Mas a Lurdes foi explicando tudo e
conseguiu reunir ali um conjunto de pessoas os “amigos da Lurdes” que
garantiram uma tarde maravilhosa a quem esteve presente.
A abrir, o Grupo Musical
Gâmât , jovens da própria Casa de
Goa e da Academia, brindaram a plateia
com canções de Goa e portuguesas arrebatando os justos aplausos. Boa exibição.
O poeta e muito premiado Delmar
Gonçalves fez uma intervenção que
elevou os valores da amizade, do amor, do respeito, liberdade, democracia,
coragem e interculturalidade. Uma muito boa intervenção a dedicar dois versos seus,
originais, à Lurdes Breda e a sugeriu que este livro fosse incluído no plano
nacional de leitura. Mereceu longas palmas porque tudo o que leu e disse foi
mesmo bom. Delmar Gonçalves é escritor e Presidente do Círculo de Escritores
Moçambicanos na Diáspora. É animador cultural, declamador e contadores de
histórias africanas. Uma pessoa que se tem prazer nas suas intervenções.
Do Brasil “veio à pressa”, ainda cansada mas não quis deixar
de estar presente e cantar a conhecida cantora angolana, Isabel Ferreira,
acompanhada por outro grande músico e cantor Chalo Correia. Seguidamente, também este atuou cantando ao som da
sua própria viola. Excelente, maravilhoso.
Mas não ficou por aqui a riqueza desta excelente pois tivemos
a atuação do Teatro Ibisco que
apresentou a peça “Murkur, Murkur” .
Os jovens foram ali a demonstração de como se pode trabalhar saudavelmente em
bairros identificados como problemáticos. A plateia participou e aplaudiu
porque eles conseguiram interagir com todas as pessoas.
E se tudo foi bom até ali, João Conde tocou e cantou o poema que compôs para este livro. E, todos de livro na mão cantaram em
conjunto uma bonita canção. Os mais novos apreciaram tudo. Era também para eles
que tudo se fazia, que tudo acontecia.
Fica a sugestão. Adquira o livro porque vale a pena.
Com uma canção de Natal pelo grupo Gâmât e lanche para os
jovens oferecido pela Direção da Casa de Goa, assim se deu por terminada esta
tarde memorável.
E, quanto à Lurdes Breda, ela anda por aí criando momentos
como este. Continuando a escrever e a sabê-lo fazer muito bem. Escreve para jovens e menos jovens. A sua
poesia é encantadora, por vezes até entusiasmante, desafiante. Mas nem só de poesia
se pode ler esta
escritora.
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