julho 23, 2012

À conversa com a professora Raquel Dias

ENTREVISTA 
à professora
Maria Raquel Mateus Dias

A entrevista de hoje volta a ser a uma jovem Oleirense, muito bem inserida no meio sendo uma pessoa com enorme simplicidade nas suas relações. É educada e responsável. Adora a família e as pessoas. Tem como formação o Mestrado em Ensino da Matemática no 3º Ciclo do Ensino Básico e Secundário, desempenhando as funções de professora de matemática no 3º ciclo

É uma das jovens dinâmicas com 31 anos de idade, professora e filha dos conhecidos professores Fernando do Carmo Dias e Carminda dos Anjos Mateus Dias. Tem dois irmãos, João Carlos Mateus Dias pertencente à GNR da Batalha e o mais novo, José Tomé Mateus Dias, estudante da AEPPA (Agrupamento de Escolas Padre António de Andrade).
A minha entrevistada já morou em Açude Pinto, junto às piscinas, depois os pais compraram vivenda no Casal de Santa Margarida, onde viveu alguns anos  e depois passou para outra noutra vivenda na zona identificada como "D. Vicente". Os pais trabalham atualmente na escola básica do 1º ciclo de Oleiros, mas já prestaram serviço em várias localidades do concelho.
E, depois desta introdução vamos conhecer um pouco mais a nossa Raquel

- Que escolas frequentaste ?

- Escola Básica do 1ºCiclo de Oleiros, a Escola EB2,3/S Padre António de Andrade, Escola Secundária de Amato Lusitano (Castelo Branco) e depois a Universidade de Coimbra.

- Uma excelente Universidade, por sinal, mas em que Faculdade?

- Frequentei a Faculdade de Ciências e Tecnologia

- Há quanto tempo terminaste o teu curso Raquel?

- Terminei a Licenciatura em 2007 e o Mestrado em 2009

- Quantos anos teve o teu curso ao todo?

- A licenciatura teve a duração de 5 anos (4 anos curriculares e 1 ano de estágio pedagógico) e o mestrado teve a duração de 1 ano.

- Como sabes perfeitamente  somos colegas de matemática e muitas pessoas me perguntavam na altura porque tinha eu optado por este curso. Agora devolvo-te essa pergunta…

E eu tenho o maior gosto em responder. Sempre adorei Matemática e o meu sonho (desde muito cedo) sempre foi ensiná-la.
Tomei a decisão de tirar este curso quando andava no 7º ano.
Antes disso, já tinha a ideia de ser professora (talvez pelos dois exemplos que tinha em casa!)

- Os pais, claro…

- Sim, sim e quando fui para o 7º ano tive o enorme privilégio de ter como professora de Matemática a Professora Júlia Matos. A sua paixão pelo ensino e pela própria disciplina depressa me contagiaram e a decisão de vir a ser professora de Matemática tornou-se fácil. A escolha da Universidade de Coimbra para tirar o curso já teve mais a ver com o que ouvia falar sobre as tradições académicas naquela universidade. Eu própria quis saber como era a famosa Queima das Fitas em Coimbra.

- Isso é engraçado

- Mas foi realmente assim, confesso

- E depois da queima de fitas, tão desejada veio o trabalho. Descreve-me  o teu percurso enquanto professora

- Primeiramente fiz o Estágio Pedagógico na Escola Secundária da Lousã.
A minha primeira colocação foi no Agrupamento de Escolas de Pampilhosa da Serra – Escalada. Depois disso, estive dois anos no Instituto Vaz Serra, em Cernache do Bonjardim.
Neste ano letivo 2011/2012 lecionei em dois estabelecimentos de ensino: na Escola Profissional de Desenvolvimento Rural de Abrantes (nas Mouriscas) e na Escola Secundária de Amato Lusitano (Castelo Branco).

- Não deve ter sido fácil andar a correr de uma escola parta outra...

- Não foi fácil, mas teve de ser assim porque não tive horário completo numa das escolas

- Esse teu trajeto leva-me a perguntar o seguinte: Concorreste no ano lectivo que terminou ao ensino público porquê?

- Desde que terminei a Licenciatura sempre concorri ao Ensino Público. Mas, como sabe, nem sempre se consegue colocação…

- Mesmo  tendo esta pouca experiência no ensino público, consegues identificar diferenças entre privado e público?

- Ah claro que sim. Há algumas diferenças. Comparando a escola de ensino privado e as restantes de ensino público em que lecionei, o que noto acima de tudo é que, no ensino privado, há mais rigor no cumprimento das tarefas que cabem a cada elemento da comunidade educativa. O trabalho é mais minucioso e mais exigente e isso reflete-se claramente no aproveitamento dos alunos.

- Esta tua mudança já te obrigou a tomar novas opções na tua vida?

- Sim, esta mudança teve uma influência imediata na minha mudança de Coimbra para Oleiros. Era impossível continuar a morar em Coimbra e dar aulas em Castelo Branco e nas Mouriscas.

- Estamos a falar da disciplina de matemática, um pesadelo para muitíssimos alunos, embora outros adoram-na. Mas, se um aluno com grandes dificuldades em matemática te abordasse para lhe dares alguns conselhos de estudo o que dizias?

-Recomendar-lhe-ia o mesmo que recomendo aos meus alunos: que estudasse regularmente (várias vezes por semana), que fizesse sempre os trabalhos de casa e que nunca deixasse acumular as dúvidas. A Matemática é sequencial e não segmentada. Quem não percebe um determinado conceito e conteúdo, dificilmente compreenderá os seguintes.

- Em casa vocês são três professores e todos músicos excepto a mãe.  E se falarmos na tua família em geral são muito mais. Há quantos anos colaboras como executante na Banda?
Raquel com os irmãos
 José à sua direita e João à esquerda

- Entrei para a banda no ano do seu centenário, em 1994, e fiz a minha estreia na procissão da Nossa Senhora da Conceição. Já lá vão, portanto, quase 18 anos.
Iniciei o meu percurso no clarinete mas há dois anos mudei para o saxofone soprano.
A ingressão na banda é quase uma tradição de família. Entre pai, irmãos,  tio e primos já somos sete e está mais um primo a preparar-se para entrar.

- Mesmo agora continuas a colaborar sempre que podes?

Sim, sempre que posso dou o meu contributo.

- Que outras experiências tens em Oleiros?

- Entrei para os Escuteiros logo no início das suas atividades. Fiz as minhas promessas em 1996, na altura em que foi feita a fundação oficial do nosso agrupamento. Comecei como exploradora, passei a pioneira e depois a caminheira. Deixei de participar nas atividades quando comecei a trabalhar mas, sempre que posso e me solicitam, continuo a dar o meu contributo.

- Sei que és uma excelente participante nas actividades da Casa do Benfica. Consideras que a mesma tem contribuído positivamente para o dinamismo do concelho com as suas diversas actividades?

- Sim, sem dúvida. É uma associação que tem contribuído com uma grande variedade de eventos destinados a pessoas de todas as faixas etárias.

- Gostavas de continuar a viver em Oleiros, mesmo depois do casamento com o Pedro Castanheira que já o têm marcado para breve?


- Oleiros é a nossa terra natal. É cá que temos a maior parte da nossa família e, portanto, faz todo o sentido ficarmos por cá.

- Posso perguntar onde trabalha o Pedro?

- O Pedro trabalha em Coimbra, no Comando Geral da GNR.

- O facto de atualmente não ser fácil a obtenção de empréstimo para se comprar casa nesta crise acentuada  em 2012 vai condicionou a data do vosso casamento ou o futuro?

- Condicionar condiciona sempre. Mas ajustam-se as coisas de modo a que tudo seja exequível.

- Gosto desse teu otimismo. É bom para uma jovem professora num momento em que o Ministério cria graves problemas nas colocações de professores...

- Sabe que é assim, conhece-me bem (a nós) e que alternativa temos?  Mas temos de seguir em frente.

- Do que mais e menos gostas em Oleiros?

- O que gosto mais é da terra em si, da paisagem e, principalmente, da calma, das pessoas. Já morei alguns anos na cidade mas prefiro muito mais morar aqui. É verdade que cá não há shopping mas, quem trabalha durante a semana, não tem tempo para lá ir. E, morando cá, ao fim-de-semana pega-se no carro e faz-se um passeio para um sítio qualquer onde o haja.
O que gosto menos é dos acessos. Tenho de me deslocar todos os dias para fora daqui para trabalhar e torna-se doloroso ter de fazer tantas curvas…

- Qual o livro que mais gostaste de ler?

- “O alquimista” de Paulo Coelho.

- Indica-me três ou quatro artistas ou bandas com te te identificas


- É muito difícil responder a essa pergunta pois, como sabe, adoro música e tenho um gosto muito diversificado. Mas talvez destaque os “Green Day”, porque têm uma das minhas músicas preferidas, e os “Humanos”, por terem feito um álbum excelente que ainda hoje adoro ouvir.




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Podíamos alongar esta conversa com a Raquel, porque a sua bondade, simpatia e naturalidade nas respostas mas o objetivo está cumprido e que era dar a conhecer mais uma jovem que tudo faz para trabalhar na sua terra ou o mais próximo possível. E, porque já faltam só dias para o seu casamento "Olhar Oleiros" deixa expresso publicamente os desejos que tudo decorra como desejam . Felicidades para as vossa vida.

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