"Começou em março de 2015 o projeto que leva Rafaela Lopes,
psicóloga, aos lugares mais remotos do concelho com um objetivo: dar apoio
psicológico à população. Desde então contabilizam-se já 130 pessoas apoiadas,
maioritariamente idosos.
O trabalho feito pela psicóloga no concelho de Oleiros passa,
não só pelo acompanhamento personalizado, mas antes de tudo o resto, por uma
avaliação inicial. Depois dessa avaliação há casos em que é necessária articulação
com o Centro de Saúde através dos médicos de família, que por sua vez
encaminham para outros cuidados de saúde especializados. Além da função
terapêutica, existe a preocupação de sinalizar alguns casos de carências
socioeconómicas em articulação com a Segurança Social e o Gabinete de Ação
Social do Município. A relação com estas e outras estruturas é recíproca, como
acontece na troca de informação com a enfermeira Sandra Alves. Também ela percorre
o concelho, neste caso, com a Unidade Móvel de Saúde onde a pressão arterial, o
excesso de peso e o perigo de diabetes são os protagonistas.
"é este trabalho em equipa, integrado e com grande espírito de missão que
pode minorar as dificuldades das nossas gentes"
Num território tão vasto e em que existe muita população
isolada é fundamental a colaboração entre todos os profissionais que têm
contacto com a população, como é o caso da Santa Casa da Misericórdia de
Oleiros e a de Álvaro, do Centro Social e Paroquial do Estreito, do Centro
Social de S. João do Sobral, do Gabinete de Proteção Civil do Município assim
como de Unidades de Saúde (Centro de Saúde, Unidade de Cuidados Continuados do
Centro Social do Orvalho), entre outros. É desta forma que Rafaela Lopes tem
conhecimento de casos um pouco por todo o território com mais de 470Km2 .
O
programa de Apoio ao Luto destacou-se por ser pioneiro a nível municipal, na
região e até no país. Depois da avaliação inicial, Rafaela passa a realizar o
acompanhamento, caso o utente o necessite e o deseje. Em 2015 acompanhou cerca
de 40 processos de luto e observa que as situações mais frequentes são
relativas ao falecimento do cônjuge e/ou de filhos. No entanto, sublinha que
além do luto, há outras situações psicopatológicas como depressões, demência ou
situações de adaptação a novas condições de saúde física, como por exemplo,
depois de ter um AVC (Acidente Vascular Cerebral).Além destes, realça um problema por vezes desvalorizado, o apoio ao cuidador, e acrescenta: "Se o cuidador não estiver bem, o idoso ou doente também não vai estar". Oleiros possui uma grande parte da população com mais de 60 anos e por isso, "a adaptação ao envelhecimento normal da idade é diferente de pessoa para pessoa e também requer atenção" refere Rafaela.
O destaque é inequívoco: "É preciso fazer trabalho
preventivo de apoio aos idosos que vivem sozinhos através da ativação da sua
rede pessoal e social". O objetivo é minimizar o impacto da solidão que
muitas vezes pode ser evitada através destes processos, contactando com
vizinhos ou incentivando os familiares a fazerem visitas regulares, por
exemplo. O trabalho feito por Rafaela não é padronizado, pelo contrário "é
vista caso a caso a solução adequada, respeitando a sua autonomia e estando
atenta aos seus processos naturais de superação".
O Presidente da Câmara, Dr. Fernando Jorge acredita que
"é este trabalho em equipa, integrado e com grande espírito de missão que
pode minorar as dificuldades das nossas gentes". Em 2016, Rafaela Lopes
continua a dedicar três dias por semana a esta colaboração com o Município de Oleiros
que se tem revelado intensa mas proveitosa." - Município
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