"Mais Oleiros"
"Tudo por Oleiros"
As eleições autárquicas estão à porta. De campanha só falta, nesta data, nove dias. Depois verifica-se um dia sem campanha e no domingo 29 de setembro, vamos todos votar.
Como tenho vindo a dizer estas são umas eleições com caraterísticas diferentes e até inéditas tendo em conta a aplicação (?) de uma lei que não permitia que candidatos de cargos executivos se recandidatarem, mas, como quase sempre se verifica, afinal a lei tinha várias leituras e há algumas sempre as tais exceções. Eu pessoalmente nada me preocupava essa questão não fosse a medida ser tomada muito tardiamente e não haver já hipóteses de muitos outros candidatos poderem fazer o mesmo que estes conseguiram, bastava mudarem de território administrativo, ou simplificando, serem candidatos noutros concelhos.
Porém, como também sempre tenho dito, sou radicalmente contra esta eternização de se ser presidente nos órgãos executivos. Sou e tenho muitas razões que sustentam esta minha posição mas não lhes vou fazer perder tempo com essa leitura.
No entanto, algumas considerações ficam para outras situações que se estão a passar
1 - A posição da CNE (Comissão Nacional de Eleições quanto aos debates e coberturas das eleições por parte das televisões, tornou completamente inviável a possibilidade de podermos assistir a debates importantes, às vezes mais importantes do que os que acontecem na Assembleia da República. Não me digam que não era bom ouvirem alguns políticos, candidatos evidentemente, e que todos sabemos que são putativos candidatos a cargos de primeiro ministros ou Presidentes da República. Mas a lei é lei mas todos os comentadores de estações de televisão discordaram desta posição da CNE. É claro que é em defesa dos candidatos de pequenos partidos e os independentes nem se fala.
Estiveram bem os responsáveis das nossas televisões. Não tinham meios nem tempo.
2 - A importância em dinheiro que se dá às candidaturas para desenvolverem a sua campanha continua a ser vergonhosa. Alguns respondem-me que é o preço que se paga pela Democracia, mas eu, que vejo e acompanho campanhas eleitorais continuo a ver material a mais distribuído pelas ruas e mercados "às catadupas". Eu sei que se reduziu essa importância. Eu sei que houve apelos para as campanhas serem mais comedidas (menos dispendiosas e mais criativas) mas, se anteriormente se ofereciam até frigoríficos, continua-se a desperdiçar muito dinheiro nas campanhas. Mas muito!
3 - Estas situações colocam-se mais nas cidades do que em concelhos do interior mas também existem situações idênticas. Não me refiro a nenhum em concreto. E é nestes concelhos que as campanhas são sempre muito mais porta-a-porta, onde se fala com as pessoas e onde a mensagem escrita desempenha um papel primordial. Mas os jornais e rádios regionais e agora os Blogues, páginas da net e afins acabam por se complementar e contribuem para a divulgação dos programas, das mensagens dos candidatos e da realização dos seus eventos.
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Na noite de 29 para 30 deste mês estarão muitos rostos pouco felizes enquanto outros dão largas à sua alegria. Ganharam, chegaram ao poder... e, no dia 1 de outubro já todos voltam a beber café uns com os outros. Exceto os radicais que não entendem que, em democracia, é isto mesmo que acontece: Os eleitores é que ditamos resultados. Não entender isto é porque há interesses pessoais ou coletivos que não deviam interferir num processo que deve ser sempre uma festa democrática.
Por mim, vou sempre alegre quando me dirijo á mesa de voto para cumprir o meu dever como cidadão eleitor e, quando regresso, faço sempre um jantar especial em família com a televisão desligada ou em restaurante.
Boa campanha para todos os envolvidos e que vençam os merecedores e os que apostam na mudança para melhor, seja em que autarquia for.
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