janeiro 27, 2012

Congresso da CGTP: O adeus de Carvalho da Silva

Carvalho da Silva, um dos mais carismáticos lideres da CGTP, despediu-se hoje dessa liderança no Congresso que se está a realizar este fim de semana. Com um discurso longo, duro quanto ao acordo de concertação social e políticas do Governo, afirmando mesmo que "o acordo assinado não é lei. Não é mesmo. Nós vamos agir".
Lembrou que já no dia 11 de Fevereiro vai haver uma manifestação nacional e, a sala do congresso parecia vir abaixo com o erguer dos punhos e a palavra de ordem sempre conhecida de "a luta continua, a luta continua" repetidamente.
A UGT negou o convite da CGTP para estar presente no Congresso, dadas as divergências criadas após a declarações do líder João Proença, mas o mesmo aproveitou para endereçar uma mensagem de reconhecimento pelo trabalho desenvolvido à frente da Intersindical.
«derrotámos a meia hora, ou seja, 2,5 horas de trabalho a mais por semana. Com a luta obteremos novas vitórias». - disse Carvalho da Silva que mais à frente afirmaria também: «Em defesa dos interesse do trabalhadores do país, não aceitamos desregulação unilateral do trabalho, os bancos de horas, a redução do valor suplementar de trabalho, os despedimentos mais fáceis e baratos, o trabalho gratuito, a redução das férias e feriados, a redução das remunerações e dos subsídios de desemprego».
É realmente o adeus de um sindicalista inteligente (quer se goste ou não), de um estratega reconhecido e de uma pessoa que conseguia discutir os problemas dos trabalhadores "taco-a-taco" com os políticos de maior craveira nacional. A CGTP perde um grande valor sindical e, quanto ao seu substituto, vai iniciar a sua caminhada com alguma oposição já declarada. Trata-se de uma homem bastante ortodoxo, do PCP e, pelo que se conhece dele, terá toda a tendência para partidarizar esta representação (enorme) dos trabalhadores portugueses.

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