abril 12, 2011

Centro Ciência Viva da Floresta - Proença: imparável



Duas vezes por mês, ao sábado à tarde, telas coloridas povoam um dos corredores do Centro Ciência Viva da Floresta. Há paisagens, flores de cores quentes, imagens que o pintor Carlos Farinha não escolhe, mas ajuda a fazer nascer. Desde Outubro realiza-se um curso cujo objectivo é “ajudar tecnicamente” os formandos. “Não é um curso com programa definido, mas que procura criar apetência e desenvolver técnicas de pintura”, explica Carlos Farinha.
As aulas, de três horas cada, vão-se ajustando às solicitações de quem está a frequentar a formação. Cada caso é um caso e por isso tanto são usados óleos como acrílico, podendo também ser apuradas técnicas de desenho. “Até pode vir alguém que não sabe pintar”, explica. O número de alunos varia, não sendo obrigatória a frequência na totalidade dos sábados. O custo é fixado por aula e a próxima irá decorrer a 7 de Maio.

Entre os formandos estão três ingleses que residem na zona e há pessoas de diferentes estratos. Carlos Farinha sublinha que Rosário Lourenço, entretanto falecida, foi a “grande mentora” do projecto, de quem partiu a ideia de um curso para ajudar quem, de forma amadora, se dedica à pintura. Mesmo reconhecendo que nem toda a gente tem facilidade em pagar o custo das aulas, o pintor explica ser seu objectivo não deixar ninguém de fora por razões financeiras, estando a estudar apoios para as deslocações que faz de Lisboa a Proença.
Carlos Farinha, que passou parte da infância no concelho e tão bem captou o seu património e cultura no quadro exposto no átrio dos Paços do Concelho, tem patente na Galeria de São Bento, em Lisboa, a exposição “A Grande Alface”. A tela de grande formato que dá nome à exposição, de dois metros por 3,60, retrata a arquitectura lisboeta, as figuras típicas da cidade mas também, com a riqueza figurativa característica do pintor, todo um conjunto de relações e imagens satíricas. Não faltam os intemporais velhos do Restelo, os imigrantes ilegais no Martim Moniz, Camões e Pessoa, os engarrafamentos e as manifestações em frente à Assembleia da República.

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